sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Gritos do Silêncio: A triste história real de um garoto chamado “Peter”

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Pessoal, hoje resolvi falar sobre uma história real. Um livro que li indicado por minha irmã e que me marcou bastante, não saindo nunca de minha memória. Para ler “Gritos do Silêncio” o leitor precisa ser forte. Precisa controlar a revolta, pois muitas serão as vezes que irão querer deixar de ler por conta disso, e deixar as lágrimas saírem quando assim desejarem – o que, meus caros, acontecerão várias vezes. 

Podemos denominar o livro como um ‘livro-biografia’, mesmo o autor dizendo que é a história dele ali contada, ele trata tudo de forma distante, utilizando a terceira pessoa para se referir a si mesmo e trocando o nome de todos, inclusive o seu. P. E. Quinn nos conta que só assim conseguiria retratar o que aconteceu consigo e tentar ajudar outras pessoas que passassem pelo mesmo.

O livro nos traz a históriha de Peter, um garoto adorável que, aos seis anos de idade, começa a ver sua vida mudar de forma radical. A família da qual fazia parte começara a se desconstruir. As brigas entre seus pais começaram a ficar cada vez mais frequentes e não tardou muito para que seus pais se separassem. Peter era o terceiro de cinco filhos e ficou, após a separação dos pais, junto aos mais novos, Bobby e Jimmy, com a mãe. Os dois mais velhos, David e Sharon, foram com o pai – e foi essa a última vez que Peter os vira.

Desse dia em diante sua vida se torna um inferno. Sua mãe, muito abalada com a separação, acaba cometendo o suicídio e deixa os três filhos sob os cuidados da tia. Mas era só o começo do sofrimento. Como a tia Melly não pode ficar com os garotos, ela os deixa sob os cuidados do Departamento Estadual de Assistência a Criança, que, por sua vez, começa a procura de lares provisórios para os pequenos.

Nesses lares o pequeno Peter ‘come o pão que o diabo amassou’. Sofre maus tratos pelo simples fato de ser criança. As famílias provisórias da qual começa a fazer parte sempre o trata como uma ‘peste’, alguém mal que merece ser punido. E sempre devolvem o garoto e os irmãos. Nesse período é algo que deixa a nós, leitores, estarrecidos. Você não acredita que palavras e atitudes são tomadas em relação a uma indefesa criança. É horrível. Eu quase parei de ler, realmente é forte. Mas continuei.

Continuei para ver que, depois dos lares provisórios, Peter e seus irmãos vão para uma família adotiva, isso já com onze anos de idade. Quando ele, já castigado pela pequena vivência, acha que tudo pode melhorar, tudo piora. Os novos pais tratam-no como os demais. Exigem dele coisas que ninguém deve exigir de uma criança. Xingam; batem; espaçam e fazem de tudo para que os irmãos fiquem intrigados um com o outro. ‘Ah, mas o menino era ruim, qual o motivo para tanta maldade?’ Nenhum, apenas pessoas autoritárias que queriam um empregado e não um filho, e que descontavam tudo nos filhos. Peter sofria mais que os irmãos por ser mais velho.

Na sua adolescência ele encontra o cigarro, as bebidas e o sexo fácil. Se mete em confusões, como qualquer pessoa. Começa a trabalhar. Prestes a completar dezoito anos é expulso de casa e passa a viver na rua, até encontrar um amigo que passa a ajudá-lo. Ao contar como Peter, que hoje, na vida real, tem doutorado, quase foi pastor, é casado e pai de dois filhos, ele diz como podemos ajudar crianças e adolescentes que passam pelo mesmo motivo.

O livro é muito bom, índico. Emocionante, como falei. Muito revoltante também, mas uma história incrível. Essa foto é do exemplar que ainda pertence a minha irmã, bem velhinho. Para novas aquisições, apenas o encontrei no mercado livre e por um preço bem em conta. O livro é capa dura e as páginas são amareladas, as melhores, na minha humilde opinião.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

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