quarta-feira, 15 de julho de 2015

Crítica - O Clone de Cristo

Foto: LiterAgindo
Por: Jonathas Passos

Olá LiterAgentes.

Quando a Editora Saída de Emergência revelou que iria publicar o romance O Clone de Cristo de J.R. Lankford fiquei super empolgado. Tinha lido a sinopse do livro e achei a sua premissa interessantíssima, sem contar o fato de que sou fissurado em histórias que abordam o tema de teorias da conspiração, principalmente aquelas que envolvem religiões. Por isso, assim que tive a oportunidade de adquirir a minha cópia, assim o fiz.

Sabe quando estamos bastante ansiosos por alguma coisa e assim que conseguimos tê-la, não paramos de pensar nela até que a tenhamos consumido?! Foi o que aconteceu comigo. Fui ler O Clone de Cristo naquela ânsia de ter uma experiência única e incrível quando mergulhasse na história, mas confesso que não foi exatamente isso que aconteceu.

No enredo acompanhamos o ambicioso projeto do Drª Felix Rossi, que ao planejar e estudar por bastante tempo, acredita ser capaz de produzir o primeiro clone humano da história, mais que isso, ele acredita ser capaz de clonar o maior homem que passou pela terra: Jesus Cristo, o filho de Deus. Para tanto, ele usa de sua influência e consegue uns poucos fios do sudário de Turim, objeto que acredita-se ser a mortalha que envolveu o corpo de Cristo após a crucificação.

Depois que ele consegue realizar essa parte do plano, o próximo passo seria criar as condições necessária para que o clone pudesse surgir. Para isso ele teria que produzir embriões que fossem capazes de se desenvolver e o mais difícil: Encontrar uma mulher que fosse apta a se tornar a mãe de Deus. Sem contar que ele teria que manter todo esse processo em segredo.

Temos aqui todos os ingredientes para uma história que poderia se tornar uma grande obra, porém a autora peca no desenvolvimento dos personagens. O próprio Felix não é um personagem que nos cativa, mesmo com o seu conflito interno de realizar ou não a sua sonhada obra, sua relação com a irmã mais nova e com sua noiva, um segredo de família que abala a sua estrutura (que ao meu ver foi muito raso), não nos permite manter uma relação de carinho com o personagem. Maggie, a empregada de Felix que é escolhida/se escolhe para ser a mãe de Cristo é construída, desde o começo do livro, com o intuito de termos pena de sua história, forçar e ao mesmo tempo tentar embasar a sua escolha para ser a portadora do filho de Deus.

Os dois personagens que mais me chamaram a atenção foram Sam e Brown. O primeiro é o porteiro do prédio em que os Rossi moram e que depois descobrimos ter uma vida dupla, pois além de trabalhar na portaria do edifício ainda realiza algumas atividades para o dono do prédio, o Srº Brown. Brown é a figura mais marcante da história, um personagem totalmente misterioso e capaz de dar aquele folego no livro quando a narrativa está quase se afogando. Tem uma influência grande e, no livro, TOTALMENTE INEXPLICÁVEL tanto no governo do seu país quanto no do exterior.

Mesmo nos dando uma premissa tão envolvente, achei que a história demorou um pouco para engatar.

Até os 75% do livro não sentimos um perigo real e imediato contra o ambicioso projeto do Drº Felix, temos uma pequena construção de relações interpessoais entre os envolvidos na trama, chegando ao ponto de criar um romance improvável entre Maggie e Sam, que por si só não é forte o suficiente para prender o leitor.

Talvez o intuito maior da autora tenha sido construir uma ode contra qualquer tipo de discriminação, pois ela aborda temas raciais, religiosos e científicos que podem despertar algumas discussões mas que em uma história que deveria ser um Thriller toma uma parte tremenda da trama que poderia ser mas bem desenvolvida ou melhor preenchida com o aprofundamento dos personagens.

Concluindo, O Clone de Cristo é aquele livro que deve-se ler pra passar o tempo, não é nenhuma obra que poderia entrar no Hall de indispensáveis.

É isso pessoal, até a próxima.

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