terça-feira, 11 de agosto de 2015

Crítica - Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz - C. S. Lewis

Foto: LiterAgindo
Por Jonathas Passos.

Olá LiterAgentes.

Quando falamos da obra de C. S. Lewis a maioria de nós tende a pensar, em primeiro lugar, na sua famosa criação: As Crônicas de Nárnia. Mas de suas mãos surgiram livros e histórias muito marcantes dentre as quais vamos nos focar na reflexiva obra: Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz.

A vida de Lewis no âmbito espiritual foi um pouco conturbada. Criado desde o nascimento dentro da fé cristã, quando atingiu a adolescência tornou-se um ateu convicto o que, de certo modo, ajudou a tornar-se um grande acadêmico ao ponto de ter elaborado teses que são estudadas até hoje. Mas existiu um fator que lhe influenciou para o retorno ao cristianismo e esse fator chamava-se J. R. R. Tolkien, aquele mesmo, o criado do Senhor dos Anéis. Tolkien foi um forte influenciador para que Lewis voltasse para a fé cristã. Para saber um pouco mais sobre a historia de vida de C. S. Lewis eu indico o filme Shadowlands, que tem uma interpretação magnifica de Anthony Hopkins como o nosso querido escritor.

Mas enfim, vamos ao livro. Cartas de um Diabo a Seu Aprendiz foi escrito em 1942 em plena segunda guerra mundial e foi dedicado especialmente ao J. R. R. Tolkien. O mundo passava por um sério declínio moral e espiritual, então Lewis teve a genial ideia de escrever um livro em que, de modo sarcástico e ácido, ele narra um troca de cartas entre dois demônios, onde um tio ensina ao seu sobrinho como afastar as pessoas de sua fé e de um possível conforto espiritual.

Fitafuso é um demônio experiente que tenta mostrar ao seu sobrinho Vermebile os meandros do trabalho de um Demônio Tentador e de como usar as circunstâncias ao redor com o fim de tirar as pessoas da mão de seu inimigo(Deus).

É engraçado como Lewis utiliza de situações corriqueiras que acontecem nas comunidades cristãs que podem fazer com que as pessoas sintam-se excluídas e mal recebidas no meio do povo de Deus. Bem como ele utiliza de situações agravantes em períodos de guerra que podem fazer o homem culpar Deus por todos os problemas do mundo. Os ensinamentos de Fitafuso vão desde o relacionamento da família do cliente, até o seu ambiente de trabalho, passando pelos momentos de divertimento.

Ao ler esse livro nós acabamos nos identificando com certas situações que as vezes nos passam despercebidas, mas que acontecem cotidianamente e que vistas sobre uma outra ótica diferente podem ser utilizadas como lições de vida.

A única crítica negativa que tenho dessa edição são as páginas brancas que em alguns casos dificultam a leitura, principalmente quando estamos na luz natural. Fora isso a editora WMF Martins Fontes está de parabéns. 

Mesmo que você não professe a fé cristã este é um livro que deve ser lido pra vida. Além de ser muito reflexivo é um livro totalmente divertido de ler, pois em cada capítulo ele nos traz uma situação nova em que vemos Fitafuso se irritar com a incompetência se seu sobrinho ou parabenizá-lo por suas conquistas.

Termino essa crítica fazendo um citação do livro:

"A fina flor da profanação só pode crescer se for plantada perto do Sagrado. Em nenhum lugar a nossa tentação é tão bem sucedida quanto nos próprios pés do Altar."
É isso pessoal e até a próxima.

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