sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Na Companhia das Estrelas de Peter Heller nos faz pensar sobre o bem que fazemos.

Foto: LiterAgindo

Por: Jonathas Passos

O que lhe prende aqui na terra? Esse, a meu ver, é o questionamento principal do livro Na Companhia das Estrelas de Peter Heller.

A história nos apresenta um cenário pós-apocalíptico em que quase toda a vida da terra é devastada por uma doença que ninguém conseguiu identificar e erradicar. Sei que esse tema atualmente tem sido explorado em demasia, contudo, aguenta ai que as coisas vão começar a ficar interessantes.

Logo de cara nos é apresentado o personagem principal e narrador da história, Hig, ou se quiser chama-lo pelo nome completo Grande Hig. Nosso herói é um daqueles personagens simples que tiveram que sofrer as maiores perdas que um ser humano pode suportar, isto é, além de presenciar o seu mundo sendo destruído aos poucos, ele teve que ver a mulher que amava ser consumida pela famigerada doença. Os companheiros de Hig são: seu cão Jasper, que é um cachorro bastante velho e que o acompanha em algumas de suas aventuras e; Bangley, que é o personagem que mais nos surpreende em toda a história, e é por ele que nós, leitores que deixamos nos envolver muito pela narrativa, iremos sentir todas as emoções possíveis, que vai desde a repulsa até o amor. (sério, ele é demais!!). E, ainda tem a Fera. Não, não é o que vocês estão pensando, trata-se de um avião que é onde Hig voa a procura de tudo o que o seu coração deseja.

O local que este grupo chama de casa é uma pequena cidade que se tornou uma fortaleza para eles. Nove anos se passaram desde que a devastação começou e, desde então, eles vivem num tipo de companheirismo, aonde cada um realiza uma tarefa essencial para sobrevivência. Enquanto Hig cuida da caça, plantações e todas as outras atividades manuais, além de observar o perímetro voando na Fera. Bangley é um tipo de chefe de segurança, ele cuida das armas e de todas as táticas de defesa. Nesse ponto quero deixar bem claro que ao contrário das histórias pós-apocalípticas da atualidade, nesta não encontramos zumbis e sim pessoas que fazem de tudo pela sobrevivência, além das famílias que possuem a doença, mas que não são hostis.

Deve-se notar que o relacionamento entre Hig e Bangley não é dos mais amistosos, haja vista, que eles são muito diferentes em personalidade.

E como nem tudo nessa história são flores, Hig sofre outra perda irreparável, em um dia de caça, seu cão Jasper morre e é a partir dai que a busca do nosso herói começa.

Em uma das rotineiras rondas para observar o perímetro da cidade na Fera Hig, acaba escutando um pedido de socorro, o que é o ponto primordial para todo o desenrolar da história do livro. Ansiando fazer o bem, ele empreende uma viagem em busca dessa(s) pessoa(s)

Durante essa viagem ele acaba encontrando duas pessoas que também conseguiram sobreviver após a doença. Papi, que é um homem idoso, mas com todo o vigor físico e que empreende com Hig uma das conversas, sem palavras, mais engraçadas de todo o livro, e, Cima, que é a filha de Papi e que possui uma história parecida com a de Hig. O encontro deles foi um tanto hostil, porém, logo conseguem se entender e nasce entre eles, principalmente entre Cima e Hig, um relacionamento afetivo. Depois de algum tempo vivendo juntos eles decidem voltar para “casa”, para perto de Bangley. Na volta eles acabam escutando o chamado novamente, e ainda com a busca por fazer o bem, Hig decide ir até o local de onde saiu a mensagem. Quando chegam lá, descobrem que esse chamado, na verdade é uma emboscada, porém os vilões não contavam com a perícia de Papi com as armas. Por fim, eles conseguem voltar para casa mas...

Durante o período em que Hig estava fora, a cidade foi atacada e Bangley foi mortalmente ferido defendo aquilo que chamavam de lar. Por sorte e com os conhecimentos médicos de Cima, Bangley consegue sobreviver.

O fim é simples, e eu não vou contar, mas vale a pena.

Devo parabenizar a novo conceito pela belíssima edição do livro e a capa mostra tudo aquilo que deve mostrar, dois amigos olhando para o infinito em busca de um novo recomeço.

A única observação negativa que tenho a fazer do livro é a falta de identificação nos diálogos, pois em alguns momentos fica difícil saber o que é pensamento e o que é fala dos personagens por não haver aspas, travessões e outros sinais de identificação.

Na Companhia das Estrelas é um livro poético, em que observamos que pra fazer o bem não tem hora, nem lugar.

Trecho Preferido:

“Certa vez ela me disse que era mais feliz sendo o que quer que fosse. Muito mais feliz do que esperando.”

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