Foto: LiterAgindo |
Por Leandro Silva
Falar de Agatha Christie é sempre um desafio. Uma autora com uma patente tão alta deixa-nos com certo ‘medo’ de não conseguir passar tudo que sua obra é. Contudo, lá vai eu escrever sobre uma de suas obras que, na minha opinião, é espetacular. ‘O Natal de Poirot’ (como o nome do detetive é um nome francês, se lê Pôarrô) é um daqueles livros que, nossa, deixa qualquer leitor de boca aberta.
Como disse na última crítica que falei de Agatha, sobre o livro ‘Assassinato no Expresso do Oriente', os livros dela nos pegam de surpresa. Quando você segue uma linha de raciocínio e acha que será essa até o final da obra, puff: ela muda tudo. O final então é surpreendente, eu nunca consegui acertar um final sequer. Agatha sempre me pega de surpresas.
Em ‘O Natal de Poirot’ a gente viaja para o interior da Inglaterra e vamos passar o natal com a família Lee. Num natal bem diferente dos demais, o ‘velho tirânico’ Simeon Lee reúne toda a família para uma confraternização. Além das pessoas que ainda mora com ele, Alfred Lee e sua esposa Lydia; o mordomo particular do velho, Horbury; e o mordomo da casa, Tressilian; são chamados o filho Harry Lee, que abandonou a família e é o filho pródigo; David Lee, que não visita a família desde a morte da mãe, pois culpa seu pai por isso, e sua esposa Hilda; e George Lee e sua esposa, vinte anos mais nova, Magdalene. Fora essas pessoas, o velho ainda chama sua neta Pilar, filha de sua filha já falecida e que mora na Espanha, e um velho amigo, Stephen Farr.
Se fosse uma família normal, isso seria apenas mais um natal. Contudo, como a família não era nada normal, pois nunca o Sr. Lee havia feito dessas coisas, todos acharam estranho. Como ele estava muito velho, mal andava e vivia no quarto, todos pensaram logo que ele estava caminhando dessa para melhor e que isso era típico de quem estava muito perto de partir. Mesmo com grande relutância por parte de alguns, todos os convidados vão a confraternização. E é aí que acontece uma tragédia e entra o nosso grande detetive.
Enquanto todos estão reunidos no andar de baixo da casa dos Lee, um grande barulho vem do andar superior. Barulho de móveis se arrastando e um enorme grito são ouvidos por todos. Nesse momento todos correm para ver o que está acontecendo e, chegando lá, a su´resa: Simeon Lee, aquele que dividia opiniões e que era considerado um tirânico por quase todos, está morto. Teve sua garganta cortada e agora sangra no chão de seu quarto. Aí começa o mistério: quem matou o velho?
A polícia é chamada para investigar o caso e, por coincidência, quem está nos arredores é o Poirot. Passando natal com uns amigos, ele é convidado a entrar para a equipe de investigação e desvendar quem matou o patriarca da família. Hercule usará de todos os seus conhecimentos, lógico, para encontrar o assassino. E, claro, ele consegue fazer isso de forma brilhante. E acredite, ele faz tudo usando a lógica. Prestando atenção em detalhes que você e eu deixamos passar, porque achamos que não significa nada. Esse é o diferencial do Poirot.
Com o decorrer da leitura você vê que todos têm motivos para querer o velho Simeon Lee morto – não vou descrever aqui porque tomaria grande parte, pois os envolvidos são muitos. Mas a leitura é fácil e descomplicada, você vai começar e terminar num piscar de olhos. O final é simplesmente incrível. O assassino é desmascarado e causa surpresa em todos da casa por um motivo peculiar. Não espere que eu revele aqui, por favor. Peguem o livro e comecem já a leitura.
O exemplar que li foi o da foto acima, da Editora Nova Fronteira. A única ressalva que faço é que as páginas são brancas e, como todos que me acompanham sabem, prefiro as páginas amarelas, nossa vista agradece. Então se você ainda não leu nenhum livro de Agatha Christie ou mesmo se já leu, leia este livro, é algo único.
É isso pessoal, abraço e até a próxima.