sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Natal de Poirot: Uma tragédia no natal da família Lee traz Poirot de volta a ação

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Falar de Agatha Christie é sempre um desafio. Uma autora com uma patente tão alta deixa-nos com certo ‘medo’ de não conseguir passar tudo que sua obra é. Contudo, lá vai eu escrever sobre uma de suas obras que, na minha opinião, é espetacular. ‘O Natal de Poirot’ (como o nome do detetive é um nome francês, se lê Pôarrô) é um daqueles livros que, nossa, deixa qualquer leitor de boca aberta.

Como disse na última crítica que falei de Agatha, sobre o livro ‘Assassinato no Expresso do Oriente', os livros dela nos pegam de surpresa. Quando você segue uma linha de raciocínio e acha que será essa até o final da obra, puff: ela muda tudo. O final então é surpreendente, eu nunca consegui acertar um final sequer. Agatha sempre me pega de surpresas.

Em ‘O Natal de Poirot’ a gente viaja para o interior da Inglaterra e vamos passar o natal com a família Lee. Num natal bem diferente dos demais, o ‘velho tirânico’ Simeon Lee reúne toda a família para uma confraternização. Além das pessoas que ainda mora com ele, Alfred Lee e sua esposa Lydia; o mordomo particular do velho, Horbury; e o mordomo da casa, Tressilian; são chamados o filho Harry Lee, que abandonou a família e é o filho pródigo; David Lee, que não visita a família desde a morte da mãe, pois culpa seu pai por isso, e sua esposa Hilda; e George Lee e sua esposa, vinte anos mais nova, Magdalene. Fora essas pessoas, o velho ainda chama sua neta Pilar, filha de sua filha já falecida e que mora na Espanha, e um velho amigo, Stephen Farr.

Se fosse uma família normal, isso seria apenas mais um natal. Contudo, como a família não era nada normal, pois nunca o Sr. Lee havia feito dessas coisas, todos acharam estranho. Como ele estava muito velho, mal andava e vivia no quarto, todos pensaram logo que ele estava caminhando dessa para melhor e que isso era típico de quem estava muito perto de partir. Mesmo com grande relutância por parte de alguns, todos os convidados vão a confraternização. E é aí que acontece uma tragédia e entra o nosso grande detetive.

Enquanto todos estão reunidos no andar de baixo da casa dos Lee, um grande barulho vem do andar superior. Barulho de móveis se arrastando e um enorme grito são ouvidos por todos. Nesse momento todos correm para ver o que está acontecendo e, chegando lá, a su´resa: Simeon Lee, aquele que dividia opiniões e que era considerado um tirânico por quase todos, está morto. Teve sua garganta cortada e agora sangra no chão de seu quarto. Aí começa o mistério: quem matou o velho?

A polícia é chamada para investigar o caso e, por coincidência, quem está nos arredores é o Poirot. Passando natal com uns amigos, ele é convidado a entrar para a equipe de investigação e desvendar quem matou o patriarca da família. Hercule usará de todos os seus conhecimentos, lógico, para encontrar o assassino. E, claro, ele consegue fazer isso de forma brilhante. E acredite, ele faz tudo usando a lógica. Prestando atenção em detalhes que você e eu deixamos passar, porque achamos que não significa nada. Esse é o diferencial do Poirot.

Com o decorrer da leitura você vê que todos têm motivos para querer o velho Simeon Lee morto – não vou descrever aqui porque tomaria grande parte, pois os envolvidos são muitos. Mas a leitura é fácil e descomplicada, você vai começar e terminar num piscar de olhos. O final é simplesmente incrível. O assassino é desmascarado e causa surpresa em todos da casa por um motivo peculiar. Não espere que eu revele aqui, por favor. Peguem o livro e comecem já a leitura.

O exemplar que li foi o da foto acima, da Editora Nova Fronteira. A única ressalva que faço é que as páginas são brancas e, como todos que me acompanham sabem, prefiro as páginas amarelas, nossa vista agradece. Então se você ainda não leu nenhum livro de Agatha Christie ou mesmo se já leu, leia este livro, é algo único.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Crítica - À Espera de Um Milagre - Stephen King


Foto: LiterAgindo




Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes. Todos vocês sabem o quanto eu sou fã do grande escritor Stephen King e de sua obra. Ele é, em grande parte, reconhecidíssimo  devido aos seus livros de terror, mas ao se aventurar em outros estilos, ele não perde a sua incrível forma de escrever.

Publicado originalmente como um romance seriado, À Espera de Um Milagre, foi um sucesso instantâneo e, venhamos e convenhamos, ele tem todos os méritos para isso.

Nessa obra acompanhamos a história de Paul Edgecombe, um homem bastante velho que em tempos remotos era o chefe da ala do presídio em que ficavam os prisioneiros condenados à morte, conhecida entre eles como a milha verde.

Durante todo o tempo em que Paul trabalhou ali, ele presenciou diversos acontecimentos tristes, engraçados e até mesmo estranhos, mas nenhum deles se compara aos acontecimentos que se desenrolaram depois que o prisioneiro chamado John Coffey (que é parecido com café mas não se escreve igual não) chegou naquele lugar. John, um negro gigantesco que foi acusado de estuprar e matar duas meninas, chamou a atenção de Paul não só pela sua estrutura corporal gigantesca, mas também pela sua forma de agir e se portar, muitas vezes parecendo que não sabia de nada das coisas da vida, ao ponto de ter medo de dormir no escuro.

Além de John, a milha verde era habitada por outros condenados à morte, entre eles estão, Eduard Delacroix e seu rato senhor Guizos, Arlen Bitterbuck e o preso/servente Toot-Toot. Entre os guardas que ajudavam Paul a manter a ordem na milha verde podemos citar, Brutus "Brutal" Howell, Dean Stanton e Harry Terwilliger.

Deixei dois personagens "principais" de fora pois pretendo falar deles depois.

Tudo era normal na milha. Os prisioneiros vinham, passavam um tempo ali, talvez se preparando para o seu fim, e quando o dia chegava eles eram executados. Podemos dizer que houve dois momentos em que as coisas realmente começaram a dar errado. Primeiro foi com a chegada do mais novo guarda da milha, o inacreditavelmente irritante Percy Wetmore, um filhinho de papai que tinha influência no governo da época e acabou conseguindo um emprego naquele lugar. Quando eu disse que ele era realmente irritante eu não estava exagerando, passei bem perto de tentar apagar o nome dele do livro. Um personagem arrogante, prepotente, infantil e que você sente a necessidade de odiar, podemos parabenizar demais o ator Doug Hutchison pela belíssima atuação, que conseguiu transmitir de maneira magistral a personalidade do personagem na adaptação cinematográfica do livro. E o segundo momento que as coisas começaram a desandar foi a chegada do prisioneiro Wild Bill Wharton, um arruaceiro que gosta de arrumar confusão e que no final descobrimos que guarda um horrível segredo.

Durante toda história nos é mostrado a luta de Paul para tentar entender John e depois a busca pela absorvição deste. Ao realizar diversos milagres, primeiro curando Paul de uma infecção urinária que já durava um longo período de tempo, depois restabelecendo a saúde do Senhor Guizos e por fim curando a esposa do administrador do presídio, que estava com câncer cerebral, John acaba ganhando a confiança e o respeito de todos aqueles que convivem com ele.

Confesso que chorei muito ao fim do livro, terminei de lê-lo, quando ia de ônibus para a faculdade e não consegui segurar as lágrimas.

Novamente o Sr King nos surpreende com sua forma de escrita que consegue envolver o leitor do começo ao fim. Vale muito, muito mesmo, a pena ler este grande livro.

É isso pessoal. Até a próxima.

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