sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Crítica - O Presente do Meu Grande Amor + Sorteio


Olá Literagentes, chegamos a última sexta do mês de dezembro. E como prometido, segue abaixo o link do nosso último vídeo do ano. Nesta última sexta do mês de dezembro escolhemos falar sobre o livro 'O Natal do Meu Grande Amor', um livro que juntou doze contos sobre o Natal e a festa de reveillon.

Ah, e se liga que quem curtir e compartilhar em modo público a postagem do facebook, marcar um amigo e clicar, na aba 'Promoções', em Quero Participar, pode levar um exemplar do livro pra casa. O sorteio acontece na noite do dia 31/12/14.

Então assiste, curte e compartilha, depois é só torcer. #Literagindo

Link da nossa página no facebook: https://www.facebook.com/literagindo


domingo, 21 de dezembro de 2014

Dezembro Especial Literagindo

Foto: LiterAgindo
O mês de dezembro foi especial para o Literagindo. Ao invés de publicarmos críticas escritas, resolvemos fazer as críticas em vídeo e postar em nosso canal do youtube e em nossa página no facebook. Foram ao todo três críticas, uma para cada semana, sobre três livros diferentes e cada vídeo feito por um dos críticos do blog.

A primeira crítica em vídeo foi sobre o livro ‘Ele está de volta’, do Timur Vermes. O livro tem como personagem principal Adolf Hitler e o traz para o século 21, fazendo passar por diversas ocasiões engraçadas e a tentativa dele de colocar o nazismo de volta no poder. Bem, Jonathas Passos foi o responsável por fazer a crítica sobre este belo livro que você confere aqui.

Na segunda semana de dezembro a crítica foi responsabilidade de Leandro Silva e ele falou sobre ‘De repente, uma batida na porta’, do escritor israelense Etgar Keret. Etgar nos presenteia, em seu primeiro livro lançado no Brasil, com um livro de contos, cada um mais inteligente do que o outro. Com um jeito inteligente, trata de temas bastante polêmicos. Você confere a crítica aqui.

Semana passada foi a vez de Jean Ribeiro nos presentear com a crítica em vídeo, e ele fez isso com maestria. No vídeo ele fala sobre o livro ‘Não conte a ninguém’, do Harlan Coben. O livro é um suspense e conta a história de David, médico que tenta descobrir se sua esposa, que parecia ter sido morta por um serial killer, está mesmo morta. A excelente crítica e a mensagem de natal do Literagindo você confere aqui.

Essas foram as três críticas do ‘Dezembro Especial’ que o Literagindo resolveu adotar. Na próxima sexta-feira (26) teremos o tradicional vídeo com os três críticos do blog juntos e mais uma surpresa, então não percam. Em janeiro voltaremos com as críticas escritas toda sexta-feira e o vídeo ficará apenas para última sexta do mês, como sempre foi. Fique ligado em nosso blog, nosso instagram (@blogliteragindo), em nossa página no facebook e não perca nenhuma novidade.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Natal de Poirot: Uma tragédia no natal da família Lee traz Poirot de volta a ação

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Falar de Agatha Christie é sempre um desafio. Uma autora com uma patente tão alta deixa-nos com certo ‘medo’ de não conseguir passar tudo que sua obra é. Contudo, lá vai eu escrever sobre uma de suas obras que, na minha opinião, é espetacular. ‘O Natal de Poirot’ (como o nome do detetive é um nome francês, se lê Pôarrô) é um daqueles livros que, nossa, deixa qualquer leitor de boca aberta.

Como disse na última crítica que falei de Agatha, sobre o livro ‘Assassinato no Expresso do Oriente', os livros dela nos pegam de surpresa. Quando você segue uma linha de raciocínio e acha que será essa até o final da obra, puff: ela muda tudo. O final então é surpreendente, eu nunca consegui acertar um final sequer. Agatha sempre me pega de surpresas.

Em ‘O Natal de Poirot’ a gente viaja para o interior da Inglaterra e vamos passar o natal com a família Lee. Num natal bem diferente dos demais, o ‘velho tirânico’ Simeon Lee reúne toda a família para uma confraternização. Além das pessoas que ainda mora com ele, Alfred Lee e sua esposa Lydia; o mordomo particular do velho, Horbury; e o mordomo da casa, Tressilian; são chamados o filho Harry Lee, que abandonou a família e é o filho pródigo; David Lee, que não visita a família desde a morte da mãe, pois culpa seu pai por isso, e sua esposa Hilda; e George Lee e sua esposa, vinte anos mais nova, Magdalene. Fora essas pessoas, o velho ainda chama sua neta Pilar, filha de sua filha já falecida e que mora na Espanha, e um velho amigo, Stephen Farr.

Se fosse uma família normal, isso seria apenas mais um natal. Contudo, como a família não era nada normal, pois nunca o Sr. Lee havia feito dessas coisas, todos acharam estranho. Como ele estava muito velho, mal andava e vivia no quarto, todos pensaram logo que ele estava caminhando dessa para melhor e que isso era típico de quem estava muito perto de partir. Mesmo com grande relutância por parte de alguns, todos os convidados vão a confraternização. E é aí que acontece uma tragédia e entra o nosso grande detetive.

Enquanto todos estão reunidos no andar de baixo da casa dos Lee, um grande barulho vem do andar superior. Barulho de móveis se arrastando e um enorme grito são ouvidos por todos. Nesse momento todos correm para ver o que está acontecendo e, chegando lá, a su´resa: Simeon Lee, aquele que dividia opiniões e que era considerado um tirânico por quase todos, está morto. Teve sua garganta cortada e agora sangra no chão de seu quarto. Aí começa o mistério: quem matou o velho?

A polícia é chamada para investigar o caso e, por coincidência, quem está nos arredores é o Poirot. Passando natal com uns amigos, ele é convidado a entrar para a equipe de investigação e desvendar quem matou o patriarca da família. Hercule usará de todos os seus conhecimentos, lógico, para encontrar o assassino. E, claro, ele consegue fazer isso de forma brilhante. E acredite, ele faz tudo usando a lógica. Prestando atenção em detalhes que você e eu deixamos passar, porque achamos que não significa nada. Esse é o diferencial do Poirot.

Com o decorrer da leitura você vê que todos têm motivos para querer o velho Simeon Lee morto – não vou descrever aqui porque tomaria grande parte, pois os envolvidos são muitos. Mas a leitura é fácil e descomplicada, você vai começar e terminar num piscar de olhos. O final é simplesmente incrível. O assassino é desmascarado e causa surpresa em todos da casa por um motivo peculiar. Não espere que eu revele aqui, por favor. Peguem o livro e comecem já a leitura.

O exemplar que li foi o da foto acima, da Editora Nova Fronteira. A única ressalva que faço é que as páginas são brancas e, como todos que me acompanham sabem, prefiro as páginas amarelas, nossa vista agradece. Então se você ainda não leu nenhum livro de Agatha Christie ou mesmo se já leu, leia este livro, é algo único.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Crítica - À Espera de Um Milagre - Stephen King


Foto: LiterAgindo




Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes. Todos vocês sabem o quanto eu sou fã do grande escritor Stephen King e de sua obra. Ele é, em grande parte, reconhecidíssimo  devido aos seus livros de terror, mas ao se aventurar em outros estilos, ele não perde a sua incrível forma de escrever.

Publicado originalmente como um romance seriado, À Espera de Um Milagre, foi um sucesso instantâneo e, venhamos e convenhamos, ele tem todos os méritos para isso.

Nessa obra acompanhamos a história de Paul Edgecombe, um homem bastante velho que em tempos remotos era o chefe da ala do presídio em que ficavam os prisioneiros condenados à morte, conhecida entre eles como a milha verde.

Durante todo o tempo em que Paul trabalhou ali, ele presenciou diversos acontecimentos tristes, engraçados e até mesmo estranhos, mas nenhum deles se compara aos acontecimentos que se desenrolaram depois que o prisioneiro chamado John Coffey (que é parecido com café mas não se escreve igual não) chegou naquele lugar. John, um negro gigantesco que foi acusado de estuprar e matar duas meninas, chamou a atenção de Paul não só pela sua estrutura corporal gigantesca, mas também pela sua forma de agir e se portar, muitas vezes parecendo que não sabia de nada das coisas da vida, ao ponto de ter medo de dormir no escuro.

Além de John, a milha verde era habitada por outros condenados à morte, entre eles estão, Eduard Delacroix e seu rato senhor Guizos, Arlen Bitterbuck e o preso/servente Toot-Toot. Entre os guardas que ajudavam Paul a manter a ordem na milha verde podemos citar, Brutus "Brutal" Howell, Dean Stanton e Harry Terwilliger.

Deixei dois personagens "principais" de fora pois pretendo falar deles depois.

Tudo era normal na milha. Os prisioneiros vinham, passavam um tempo ali, talvez se preparando para o seu fim, e quando o dia chegava eles eram executados. Podemos dizer que houve dois momentos em que as coisas realmente começaram a dar errado. Primeiro foi com a chegada do mais novo guarda da milha, o inacreditavelmente irritante Percy Wetmore, um filhinho de papai que tinha influência no governo da época e acabou conseguindo um emprego naquele lugar. Quando eu disse que ele era realmente irritante eu não estava exagerando, passei bem perto de tentar apagar o nome dele do livro. Um personagem arrogante, prepotente, infantil e que você sente a necessidade de odiar, podemos parabenizar demais o ator Doug Hutchison pela belíssima atuação, que conseguiu transmitir de maneira magistral a personalidade do personagem na adaptação cinematográfica do livro. E o segundo momento que as coisas começaram a desandar foi a chegada do prisioneiro Wild Bill Wharton, um arruaceiro que gosta de arrumar confusão e que no final descobrimos que guarda um horrível segredo.

Durante toda história nos é mostrado a luta de Paul para tentar entender John e depois a busca pela absorvição deste. Ao realizar diversos milagres, primeiro curando Paul de uma infecção urinária que já durava um longo período de tempo, depois restabelecendo a saúde do Senhor Guizos e por fim curando a esposa do administrador do presídio, que estava com câncer cerebral, John acaba ganhando a confiança e o respeito de todos aqueles que convivem com ele.

Confesso que chorei muito ao fim do livro, terminei de lê-lo, quando ia de ônibus para a faculdade e não consegui segurar as lágrimas.

Novamente o Sr King nos surpreende com sua forma de escrita que consegue envolver o leitor do começo ao fim. Vale muito, muito mesmo, a pena ler este grande livro.

É isso pessoal. Até a próxima.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

LiterAgindo - Crítica Política

Se nesse mês de outubro nós vivenciamos uma disputa eleitoral tao acirrada, o tema da nossa crítica em vídeo mensal não poderia ser outro: política. Isso mesmo, livros políticos dominam o vídeo do mês de outubro no Literagindo. As obras escolhidas foram 1984 e A revolução dos Bichos, de George Orwell e A Janela de Overton, de Glenn Beck.


Então clica aí e assiste o vídeo desta última sexta-feira de outubro e participa. Aliás, corre no nosso facebook também e participa da promoção do Nickolas Sparks que está rolando por lá. 


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O Golpe: uma leitura fácil, rápida e que vale muito a pena

Foto: LiterAgindo
Por Leandro Silva

Hoje eu vou falar de um livro, se comparado com a maioria dos livros que comentamos aqui no LiterAgindo, minúsculo. Sim pessoal, o livro é minúsculo. ‘O Golpe’, da escritora pernambucana Priscila Alcântara, lançado no ano de 2007, pela Edificantes, tem apenas 80 páginas. A história é curta e você lê em pouquíssimo tempo. Contudo, o que a história tem de curta, tem de interessante e boa.

O livro tem basicamente três personagens: Heitor, o personagem principal; Malu, sua melhor amiga (?); e Fábio, o colega de apartamento de Heitor. A história se passa em Recife, denominada de grande metrópole nordestina. Tudo começa quando Heitor, estudante de jornalismo, vai há uma biblioteca pública e encontra, ao acaso, um envelope com o nome ‘Confidencial’. Claro que, como a maioria de nós, ele pega o envelope para analisar e ver do que se trata.

Aí é que começa a confusão na vida do nosso herói. Quando ele analisa os documentos e vê que se trata de um golpe de estado não hesita: leva os documentos para o jornal. Não para publicar, mas para realizar uma microfilmagem e ficar ter a segurança de ter uma cópia do que estava para acontecer. A caminho do hospital, liga para sua amiga, Malu, que não hesita em ajudar o amigo.

Heitor sabe que a partir de agora ele corre um sério risco, inclusive de morte. Se bem sabemos, as pessoas que estão decididas a dar um golpe de estado estão dispostas a tudo. Malu o alerta. Ele sabe que não pode confiar em muitos e conta, além de sua amiga, a seu amigo de apartamento. A partir daí sua vida vira de cabeça para baixo.

Seu apartamento revirado enquanto não havia ninguém em casa é só o começo da perseguição que ele passa a sofrer. Heitor começa a ser ameaçado e a ser seguido, o que não é nada agradável, a não ser que você tenha a coragem para impedir algo que é errado. Algo que pode acabar com a paz numa sociedade que está na mais perfeita ordem. Não se poderia deixar que o golpe de estado fosse dado. Não, Heitor não deixaria. A partir daí vai ser uma correria o livro, mas do que o início dele – que já é bem movimentado. O final, bem... Muito bom. Você consegue imaginar qual será o final.

Tudo se passa muito rápido no livro. Pelo fato dele ser um livro curto, a história precisa se desenrolar rapidamente. Os capítulos são pequenos, mais interessantes. Comprei o livro na Bienal do Livro de Pernambuco, em 2009, e não me arrependi. O guardo com carinho e até hoje, quando releio algumas partes, me empolgo. Aconselho a leitura, mesmo o livro sendo difícil de ser encontrado. E se você curte esse tipo de história, vai se amarrar.

Bem, é isso pessoal. Abraço e até a próxima.

Crítica - Sandman Edição Definitica Vol. 1 - Neil Gaiman

Foto: LiterAgindo
 Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes.

Hoje nós iremos conversar um pouco sobre essa grande obra chamada Sandman, do aclamado escritor Neil Gaiman.

"Vou revelar-te o que o medo num punhado de pó." - T. S. Eliot

Sabe, eu me considero um cara de muita sorte por ter tido a oportunidade de ler essa incrível história. Sempre ouvi falar sobre Neil Gaiman e sua obra prima, mas passou-se muito tempo até eu finalmente conseguir ler essa que foi uma das melhores histórias já contadas.

Por motivos de praticidade e melhor entendimento, vou fazer a crítica de Sandman por volumes de sua edição definitiva, que são cinco no total, mas que aqui no Brasil até agora só foram lançados, pela Vertigo e Panini Comics, apenas quatro volumes.

O Volume um da Edição Definitiva abrange as revistas The Sandman 1 até o The Sandman 20, além de extras e posfácio. Nele somos apresentados ao personagem principal dessa história, Sandman dos Perpétuos, que também é conhecido por diversos outros nomes, tais como, Morfeus; Devaneio; Sonho; Kai'Ckul e etc.

Tudo começa com um ritual de Magia Negra realizado por Roderick Burgess a pedido do professor Hathaway com o intuito de aprisionar a Morte, que depois descobrimos que é a irmã mais velha de Sandman, para que o filho do referido professor voltasse a vida. Contudo algo dá errado e quem acaba sendo aprisionado é Morfeu. Ele passa cerca de 70 anos preso e isso acarreta problemas inimagináveis tanto no plano real como no plano dos sonhos. Enquanto Burgess tenta descobrir e obter os poderes de Sandman, além da imortalidade, o mundo começa a sofrer de uma disfunção do sono. Muitas pessoas acabam, ou não, conseguindo dormir e enlouquecendo, ou vivendo uma vida de sono sem fim.

Quando foi preso Sandman possuia três objetos em seu poder que caracterizavam sua imensa força: um Elmo, uma Algibeira e uma Pedra do Sonho. Com o decorrer dos anos esses objetos acabaram saindo da mão de seu captor e indo parar em diversos outros lugares. Quando Sonho consegue fugir da sua prisão, ele se encontra fraco e abatido, por isso tem que ir em busca de seus objetos de poder.

A Algibeira encontra-se em poder de uma ex-namorada de John Constatine, personagem muito conhecido no universo DC Comics e Vertigo, não só pelas suas histórias em quadrinhos, mas também pelo filme estrelado por Keanu Reeves.
O Elmo acaba caindo nas mãos de um demônio no inferno. E esta é uma das melhores histórias já escritas. Queria muito dedicar uma crítica só para falar desse arco da história. A perfeição é o que traduz desde a incrível linha de diálogos, escritos por Neil Gaiman, entre Sandman e Lúcifer, até a batalha travada entre Sandman e o Demônio Chorozon:

Chorozon: Eu sou a anti-vida, sou a besta do julgamento, a escuridão no fim de tudo. O fim de universos, deuses, mundos… de tudo. E o que você é então, mestre dos sonhos?
Sonho: Eu sou a esperança.

Confesso que acabei por me arrepiar algumas vezes ao ler essa história.

A Pedra dos Sonhos acaba na mão do Dr. Destino que a utiliza para sua vingança contra todos os seres da terra. Sandman consegue derrotá-lo e acaba destruindo a pedra que por fim torna-se parte dele.

Quando Sandman encontra-se desiludido e cabisbaixo, Neil Gaiman aproveita a oportunidade para nos apresentar mais um dos Perpétuos, e dessa vez conhecemos a Morte. Que personagem incrível ela é. Mesmo sendo mais velha que Sonho, ela nos é apresentada na forma de uma jovem roqueira, feliz e brincalhona que "não leva a 'vida' tão a sério", mas que dá o maior valor à ela. A morte tornou-se tão importante na mitologia de Sandman que depois acabou ganhando suas próprias histórias. Mas isso é pauta de outra crítica.  HAHAHAHAHA. 

Depois de retomar seus objetos de poder Sandman tem que reestruturar o Sonhar, que é o seu reino, e os arcos seguintes são basicamente ele tentando fazer com que tudo volte ao normal. É interessante pois Gaiman começa a nos mostrar como funciona o Sonhar, que seres vivem ali, o que ocorreu no período em que Morfeus estava preso e o que será necessário ele fazer para organizar tudo de novo.

Também nos é revelado alguns FlashBacks da existência (não sei se seria razoável chamar de vida) de Sandman. Acabamos descobrindo que ele já se apaixonou por uma mortal que se chamava NADA e devido algumas decisões tomadas, ele acabou aprisionando-a no Inferno. Olhos mais atentos perceberam que no arco da retomada do seu Elmo ele passa por uma prisão no inferno e Nada fala com ele. Ligado a essa história , toma-se conhecimento também de mais dois Perpétuos, Desejo e Desespero, confesso que os achei desprezíveis. Eles que tramaram, de certa forma, o romance proibido entre Sandman e Nada.

Temos depois histórias sobre Sandman organizando e tornando o sonhar um lugar novamente ordenado, nesse contratempo Morfeu tem que acabar com novos Sandmen que surgiram enquanto ele estava preso, trazer de volta pesadelos e lugares do Sonhar, deter um vórtice, libertar uma antiga amante e mãe de seu filho. ;)

Um ponto interessante é o relacionamento que Sandman mantêm com os mortais, alguns pode se notar até certo toque de amizade e e uma de suas aventuras Morfeus acaba encontrando e fazendo um trato com um tal de Will Shakespeare, onde o segundo deve escrever duas peças relacionada a sonho para o primeiro.

A última história é novamente com a Morte e trata sobre a aceitação da vida. É bastante legal.

Por fim, digo a todos vocês que esse é uma história que não merece, mas deve ser lida por todos. Uma mistura de terror, poesia, mitologia, ocultismo, amor e etc, que deu uma obra de arte.

Os volumes da edição definitiva estão por mais de R$100,00 cada, mas eu não me arrependo do valor gasto, pois tudo que eu li merece destaque entre os melhores livros até mesmo daqueles que lerei no futuro. Sandman é uma obra atemporal que ficará para sempre na história, disso eu tenho certeza. Além de ser uma edição de capa dura, tendo cada volume de 600 a 700 páginas e artes incríveis.

Enfim, vale muito a pena.

É isso galera e até a próxima.

Eventos literários: não fique de fora.

Foto: fliporto.net


Não pense que só porque está chegando o final do ano que não tem nenhum evento literário para você ir. Não só tem como estão espalhados pelo país. Muitos aguardam ansiosos por essas feiras, visto que são excelentes oportunidades para ver de perto aquele autor favorito, tirar uma ‘selfie’ e, claro, ter seu livro autografado.

Então se liga no calendário dos principais eventos literários que estão por vir:

Já no final deste mês temos o ‘Fórum das Letras’, promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto (MG). Tem como função promover o diálogo entre autor e público, além da valorização, é claro, de Ouro Preto. Esse ano o evento estará em sua 10ª edição e ocorre entre os dias 29 de outubro e 02 de novembro, na UFOP, e tem Clarice Freire como uma das convidadas.

Agora se você está em Porto Alegre (RS), não pode deixar de conferir a ‘60º Feira do Livro de Porto Alegre’. Reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cidade, a feira tem como principal função a popularização da leitura, com palestras, atividades para todos os tipos de leitores e muitos títulos para você aproveitar. Acontece entre os dias 31 de outubro a 16 de novembro, na Praça da Alfândega.

E pra finalizar o calendário, subimos para Pernambuco e te apresentamos a ‘Fliporto – Festa Literária Internacional de Pernambuco’. Ela este ano completa 10 anos e homenageará Ariano Suassuna, paraibano de nascimento, mas pernambucano de coração. A Fliporto será realizada entre os dias 13 e 16 de novembro, no Mosteiro de São Bento, em Olinda/PE e o cinema será o tema deste ano.

Agora coloca na agenda e se programa, porque se perder não vai dizer que não avisamos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"O Jovem Príncipe retornou, dessa vez, para viver entre nós”

Foto: LLiterAgindo
Por Leandro Silva

Bom pessoal, como no próximo domingo é comemorado o Dia das Crianças, nada como deixar a criança que existe em nós mostrar o seu lado. Pensando nisso, farei aqui uma crítica sobre um livro que, mesmo sendo considerado um livro infanto-juvenil, acredito que todos precisam ler, pois traz lições para a vida inteira e não necessariamente para a vida quando criança. O livro escolhido é ‘O Retorno do Jovem Príncipe’, escrito por Alejandro Guillermo Roemmers. 

O livro dá seqüência à história contada em ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine Saint-exupéry, que faz grande sucesso até hoje – se não leu, leia porque vale muito a pena, não falo dele hoje aqui por acreditar que a maioria já o conhece. Mediante a autorização da família do autor francês e da Fundação Antoine Saint-exupéry, Roemmers traz pra gente o príncipe em uma nova fase de sua vida.

Se na primeira vez que aportou na Terra o Príncipe encontrou um piloto em pleno deserto, desta vez ele veio parar na fria Patagônia atrás do referido piloto. Para sua sorte, encontra o Roemmers - o autor conta a história com ele mesmo sendo o personagem -, que o coloca rapidamente para dentro do carro, ao ver que o Jovem está caído numa rodovia, coberto pelo seu ‘manto’ azul e nada mais.

É a partir daí que começa toda a aventura. De início o motorista do carro acha que é apenas um garoto normal, de cabelos loiros e uma pele que mais parecia uma seda. Com poucos minutos de conversa percebeu logo: não, não é um garoto qualquer, é alguém especial. A pureza no coração do garoto, o fato como encarava algumas questões relativamente simples foram determinantes para a conclusão do motorista. Durante todo o tempo que passam juntos, tanto o motorista quanto o príncipe aprendem um com o outro, sobre a vida, sobre tudo – e nós aprendemos juntos.

Acredito que um dos pontos altos do livro, algo que ele nos ensina de forma incrível, que também nos é passado pelo primeiro livro, o de Antoine, é o fato de encararmos as coisas de um outro modo. Posso citar como exemplo o fato, citado no livro, onde o autor/personagem, na dúvida, sempre espera o pior. Não sei se já aconteceu com você, caro leitor, mas comigo já. Quando alguém deixa de fazer algo conforme combinado seja lá por qual motivo for, eu penso sempre no pior: principalmente que a pessoa, no bom pernambuquês: fulerou. E nem sempre é assim, muitas vezes há um motivo considerável para não ter agido conforme combinado.

Muitas são as lições que aprendi com este livro, de verdade. A escrita parece muito com a de Antoine Saint-exupéry, Roemmers foi magnífico e bastante fiel, não me estranhou ter tido autorização para dar continuidade a esta bela história. Agora você me pergunta: qual o ponto alto do livro? É quando ele diz que o Jovem Príncipe abandona sua tradicional roupa e passa a se vestir como a gente. Ou seja, o Príncipe pode aparecer ao seu lado e você, claro, nem vai saber que é ele ali perto.

História encantadora e que vale a leitura. Criança ou não, é uma opção de livro para por na mesa de cabeceira. A leitura é rápida, o livro tem pouco mais de cem folhas e você vai se empolgar tanto que acabará de ler rapidinho. As páginas amarelas, as que mais gosto, são as que você encontrará nesta edição da editora Fontanar – que está de parabéns.

Bom, é isso pessoal. Abraço, boa leitura e até a próxima.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Crítica - Star Wars

Foto: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Hoje nossa crítica vem de uma galáxia muito, muito distante. Iremos falar um pouco sobre um clássico: A grande obra Star Wars.

É de senso comum o quanto essa história mudou a realidade cinematográfica desde a época em que foi lançada, criando milhares de fãs super apaixonados ao redor do mundo e quem sabe, fora dele.

Porém, poucas pessoas sabem que existem livros que foram escritos a partir dos textos dos filmes.

A primeira trilogia Star Wars é composta pelos três últimos episódios (Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e, O Retorno de Jedi) e por motivos de melhor compreensão, irei falar sobre cada um separadamente, então, vamos lá.

Episódio IV - Uma Nova Esperança

Nesse livro temos a oportunidade de conhecer os personagens por quem, inevitavelmente, criamos laços emocionais muito grande, quando eles ficam felizes, nós também ficamos, quando eles ficam tristes, choramos com eles e quando eles se machucam, sentimos sua dor.
O herói da história é Luke Skywalker, um jovem que vive em mundo com clima desértico chamado Tatooine. Ele é um jovem com um senso de pureza enorme e que possui um caráter equivalente. Ele vive com seus "tios" e conhece pouco do seu passado, principalmente, sobre seu pai e sua mãe.
Nos é apresentado também dois dos maiores robôs da história do universo, R2-D2 e C-3PO. O primeiro é um robô de ação que possui tanta coragem dentro de seus circuitos, até mesmo mais do que muitos humanos por ai. O segundo é um robô protocolar, um pouco menos corajoso que seu companheiro, mas que é de vital importância para o decorrer da trama e que tem um senso de companheirismo admirável.
Conhecemos também a Princesa Leia de Alderaan, uma jovem que possui uma responsabilidade enorme na aliança rebelde e assim como Luke sabe pouco sobre o seu passado.
Outro personagem que surge nessa incrível história é o velho Ben Kenobi, antigamente conhecido como, Obi-Wan Kenobi. Ele é um antigo cavaleiro da Ordem Jedi que assume a responsabilidade de preparar e treinar o jovem Luke.
Dois grande personagens são nos mostrados também, o sarcástico e cheio de si caçador de recompensas Han Solo e seu amigo e fiel escudeiro Chewbacca um alienígena da raça Wookie.
Por fim cito os dois personagens do lado negro da força, o grande Darth Vader e o Imperador. O primeiro é considerado por muitos o grande personagem de toda a saga, pois ele é um daqueles vilões que é impossível não se apaixonar, já o segundo é o grande líder do império e é nele que descarregamos todo o nosso ódio.

Personagens apresentados, vamos a história.

Esse é o capitulo de introdução onde nos é apresentado todo o panorama do universo, descobrimos que antes existia uma república, até ocorrer um golpe em que o atual imperador assume total poder sobre o universo, contudo existe uma Aliança Rebelde que ainda luta contra o poder do império. Uma das líderes dessa Aliança, a princesa Leia, acaba sendo aprisionada pelo Lorde Negro dos Sith, Darth Fucking Vader, no entanto ela consegue enviar uma mensagem secreta por meio de dois robôs ao antigo cavaleiro Jedi Obi-Wan Kenobi que agora vive nas planícies desérticas de Tatooine. Os robôs acabam parando na mão da família de Luke Skywalker e ele acaba vendo parte da mensagem em que a princesa Leia aparece o que o coloca no centro da aventura. Ao encontrar o velho Ben, Luke acaba descobrindo que sua vida vai muito além das dunas de areia de Tatooine, devido a isso e também a uma tragédia que acontece em sua família ele decide ir com o velho Jedi. Para conseguir sair do planeta, Ben acaba contratando dois caçadores de recompensa, Han Solo e Chewbacca, e sua incrível nave, A Millenium Falcon.
No decorrer da história esse grupo acaba reconhecendo em cada um dos integrantes um amigo em potencial, isso cria um desejo único e cada vez mais forte para acabar com o império e ter uma vida livre, decidem então libertar a princesa das garras do horrível Lorde Negro, porém nessa aventura, Obi-Wan acaba caindo diante de seu antigo aprendiz, Darth Vader.
Por fim Luke e seus companheiros, em uma batalha inacreditável, conseguem impor uma grande derrota ao império.

Episódio V - O Império Contra-Ataca

Nessa história Luke já se tornou um grande nome da Aliança Rebelde, assim como Han Solo e Chewbacca e ao fazer uma missão de reconhecimento Luke é atacado, enquanto fica desacordado ele escuta a voz de Ben pedindo que ele vá ao encontro de Yoda, outro mestre Jedi, e para mim, o melhor personagem de toda a história. Depois de ser resgatado por Solo e enfrentar mais uma batalha contra o império, Luke acaba indo ao encontro de Yoda e passa por um treinamento muito rigoroso para que enfim possa se tornar um Jedi. Durante esse período os seus amigos acabam sendo capturados e, antes que consiga terminar seu treinamento e apesar dos protestos de Yoda, Luke decide ir ao resgate de seus amigos. Chegando lá, ele confronta mais uma vez o Lorde Negro, nos é revelado que Darth Vader antes era Anakin Skywalker, pai de Luke. (I am your father)
Na luta que se segue Luke acaba perdendo uma de suas mãos, tal como ocorreu com seu pai em  uma época longínqua e Vader decide expor seus planos para Luke, diz que o quer ao seu lado para que os dois possam dominar o universo. Luke recusa com todas as forças e antes por um golpe do destino é resgatado por seus amigos, contudo acaba descobrindo que Han foi preso e mandado como presente à Jabba.

Episódio VI - O Retorno de Jedi

Tudo começa com o resgate de Solo, vemos agora um Luke mais maduro e bem preparado, não devido aos anos, mas sim por causa de suas últimas experiências. Depois que conseguem resgatar o seu amigo, eles se separam novamente e Luke vai ao encontro de Yoda, encontra-o velho, cansado e abatido, é nesse encontro que se segue uma das conversas mais geniais e emocionantes da história da ficção (confesso que chorei), é revelado a Luke que Leia é sua irmã e que ele ainda não está preparado para lutar contra seu pai, contudo em seu intimo Luke deseja por um fim em tudo isso e a partir de então começa toda a ação desse último livro.
A Aliança organiza um plano para atacar a nova Estrela da Morte, uma nave gigantesca com um poder de fogo jamais visto, pois o imperador estaria lá, contudo para que isso ocorra eles precisariam desligar um gerador localizado em uma lua que gerava energia ao campo de força que protegia a nave do império. Porém antevendo todos esses acontecimentos está o imperador que elabora todo um plano de contra ataque. No entanto ele não contava com a força da amizade que dava ânimo aos rebeldes e com a ajuda de amigos inimagináveis eles acabam conseguindo destruir o gerador de energia. Enquanto isso na Estrela da Morte, o imperador conhece o seu fim através de seu fiel servo, Darth Fucking Vader, que se arrepende de todos os seus pecados por amor ao seu filho Luke, que em nenhum momento desistiu de seu pai, e no último momento acaba com a vida do Imperador e morre nos braços do filho.

Ufa! Que história. Posso lhes dizer que esse é um livro ótimo de se ler pra quem é fã, e também pra quem não é, dessa saga maravilhosa que se chama Star Wars.

A edição de capa dura da DarkSide vale cada centavo, além de ser linda, é bem diagramada e bem editada, o único ponto que deixou a desejar é o fato de conter alguns erros de português, mas isso mostra-se irrelevante no conjunto da obra.

É isso pessoal e até a próxima.

O Poder Da Espada - Uma história intrigante e surpreendente

Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

O Poder da Espada é o tipo de livro que o envolve de uma forma imperceptível. Um livro que traz uma leitura boa em uma história misteriosa que se abre aos poucos, fazendo que seu interesse pelo livro vá aumentando até não conseguir mais parar de ler. Eu não conhecia o escritor Joe Abercrombie até me deparar com este livro, e tenho que agradecer a dica para essa leitura ótima. Este é o primeiro livro da série A Primeira Lei.

O Livro nos apresenta três personagens principais e suas histórias, o famoso guerreiro Logen Nove Dedos, o jovem egocêntrico Jezal Dan Luthar e o inquisidor Sand Dan Glokta, este último sendo o meu personagem favorito da narrativa, porém mais para frente falarei sobre ele.

Logen Nove Dedos vive uma vida de aventuras. Ele é um experiente guerreiro em busca de vingança. No inicio da história, Logen acaba se separando de seu grupo depois do ataque dos “Shankas”, criaturas com uma enorme sede de matar. Chamado por um aprendiz de feiticeiro, Logen vai ao encontro de Bayaz, o primeiro dos magos. Assim, Nove Dedos recebe mais uma batalha para travar, e destes personagens muitas surpresas são apresentadas.

"Seria um fim adequado a aquele que chamavam de Nove Sangrento. Morrer matando. Sua história poderia ser uma canção que valesse a pena ser cantada.
Mas em Carleon ele era jovem e forte e tinha amigos na retaguarda. Agora estava fraco, com fome e mais sozinho impossível."

 Não me deterei falando muito sobre o jovem espadachim Jezal, pois ele é aquele tipo de personagem que ganha à antipatia de todos. Prepotente, chato, metido e muitos outros adjetivos desse gênero, Jezal está se preparando para um torneio de esgrima e são os momentos mais parados da narrativa.

Sand Dan Glokta é sem dúvida o melhor personagem deste livro. Herói de guerra, Glokta sobreviveu a anos de tortura onde ninguém imaginava que alguém sobreviveria. Deformado, Glokta começa a servir como inquisidor do reino fazendo o que ele passou anos sofrendo, torturas. Os momentos mais tensos do livro são os que Glokta está interrogando os prisioneiros. O realismo empregado na descrição dessas partes é fora do comum, onde o autor consegue passar a sensação do medo e agonia vivida pelos torturados, e o sacarmos e inteligência de Glokta nos fornecem uma satisfação a mais na leitura. As cenas são muito perturbadoras e muito fortes, então se preparem para sentir aquele frio na espinha.

"Qual foi o poeta que escreveu que não existe dor pior do que a de um coração partido? Bosta sentimental. Ele deveria ter passado mais tempo nas prisões do imperador." "Corações partidos se curam com o tempo, mas dentes quebrados, não."

O livro é intenso e bastante dinâmico, pois cada capítulo traz a história de um dos personagens. A forma que Joe conduz os seus personagens ao desfecho deste livro é sensacional, pois a partir de Bayaz o destino de Glokta, Logen e Jezal estarão conectados para uma grande aventura.

O Poder da Espada é aquele livro que com certeza te surpreende. Um livro recheado de ação, violência, torturas, suspense e muitas revelações e reviravoltas. Uma ótima pedida para quem gosta de Fantasia Medieval. Parabéns a joe Abercrombie por esta épica aventura que conta a primeira parte da trilogia A Primeira Lei.


Gritos do Silêncio: A triste história real de um garoto chamado “Peter”

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Pessoal, hoje resolvi falar sobre uma história real. Um livro que li indicado por minha irmã e que me marcou bastante, não saindo nunca de minha memória. Para ler “Gritos do Silêncio” o leitor precisa ser forte. Precisa controlar a revolta, pois muitas serão as vezes que irão querer deixar de ler por conta disso, e deixar as lágrimas saírem quando assim desejarem – o que, meus caros, acontecerão várias vezes. 

Podemos denominar o livro como um ‘livro-biografia’, mesmo o autor dizendo que é a história dele ali contada, ele trata tudo de forma distante, utilizando a terceira pessoa para se referir a si mesmo e trocando o nome de todos, inclusive o seu. P. E. Quinn nos conta que só assim conseguiria retratar o que aconteceu consigo e tentar ajudar outras pessoas que passassem pelo mesmo.

O livro nos traz a históriha de Peter, um garoto adorável que, aos seis anos de idade, começa a ver sua vida mudar de forma radical. A família da qual fazia parte começara a se desconstruir. As brigas entre seus pais começaram a ficar cada vez mais frequentes e não tardou muito para que seus pais se separassem. Peter era o terceiro de cinco filhos e ficou, após a separação dos pais, junto aos mais novos, Bobby e Jimmy, com a mãe. Os dois mais velhos, David e Sharon, foram com o pai – e foi essa a última vez que Peter os vira.

Desse dia em diante sua vida se torna um inferno. Sua mãe, muito abalada com a separação, acaba cometendo o suicídio e deixa os três filhos sob os cuidados da tia. Mas era só o começo do sofrimento. Como a tia Melly não pode ficar com os garotos, ela os deixa sob os cuidados do Departamento Estadual de Assistência a Criança, que, por sua vez, começa a procura de lares provisórios para os pequenos.

Nesses lares o pequeno Peter ‘come o pão que o diabo amassou’. Sofre maus tratos pelo simples fato de ser criança. As famílias provisórias da qual começa a fazer parte sempre o trata como uma ‘peste’, alguém mal que merece ser punido. E sempre devolvem o garoto e os irmãos. Nesse período é algo que deixa a nós, leitores, estarrecidos. Você não acredita que palavras e atitudes são tomadas em relação a uma indefesa criança. É horrível. Eu quase parei de ler, realmente é forte. Mas continuei.

Continuei para ver que, depois dos lares provisórios, Peter e seus irmãos vão para uma família adotiva, isso já com onze anos de idade. Quando ele, já castigado pela pequena vivência, acha que tudo pode melhorar, tudo piora. Os novos pais tratam-no como os demais. Exigem dele coisas que ninguém deve exigir de uma criança. Xingam; batem; espaçam e fazem de tudo para que os irmãos fiquem intrigados um com o outro. ‘Ah, mas o menino era ruim, qual o motivo para tanta maldade?’ Nenhum, apenas pessoas autoritárias que queriam um empregado e não um filho, e que descontavam tudo nos filhos. Peter sofria mais que os irmãos por ser mais velho.

Na sua adolescência ele encontra o cigarro, as bebidas e o sexo fácil. Se mete em confusões, como qualquer pessoa. Começa a trabalhar. Prestes a completar dezoito anos é expulso de casa e passa a viver na rua, até encontrar um amigo que passa a ajudá-lo. Ao contar como Peter, que hoje, na vida real, tem doutorado, quase foi pastor, é casado e pai de dois filhos, ele diz como podemos ajudar crianças e adolescentes que passam pelo mesmo motivo.

O livro é muito bom, índico. Emocionante, como falei. Muito revoltante também, mas uma história incrível. Essa foto é do exemplar que ainda pertence a minha irmã, bem velhinho. Para novas aquisições, apenas o encontrei no mercado livre e por um preço bem em conta. O livro é capa dura e as páginas são amareladas, as melhores, na minha humilde opinião.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

LiterAgindo - Crítica John Green

E chegamos a última sexta-feira do mês de setembro e vocês sabem o que isso significa aqui, no LiterAgindo. Isso mesmo, dia de nossa crítica em vídeo. E esse mês é sobre um autor que vem fazendo o maior sucesso ultimamente: John Green. 

Isso mesmo, o Sr. Verde foi o escolhido para nossa crítica em vídeo deste mês. Foram três obras comentadas: 'Quem é você, Alasca?', 'Cidades de Papel' e o clássico 'A Culpa é das Estrelas'. É isso, pessoal. Espero que curtam nosso vídeo. Se curtirem, compartilhem e, além de curtir nossa fã page no facebook, se inscrevam em nosso canal no YouTube clicando aqui


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Hercule Poirot e sua aventura para desvendar o ‘Assassinato no Expresso do Oriente’

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Na crítica de hoje me atrevi a falar de uma das obras de uma das mais renomadas autoras do mundo: Agatha Christie. Sim, porque ela é considerada isso tudo e mais um pouco por todos os que gostam de seu estilo – e por todos que admiram a leitura, fato. Agatha teve as suas obras traduzidas para os mais diversos idiomas e fez sucesso em todos eles. Acho, ou melhor, tenho certeza que todos já ouviram falar sobre seus livros policiais e sobre o seu mais famoso personagem: Hercule Poirot (lê-se Érquile Poarrô).

Bem, um dos primeiros livros que li da Agatha foi ‘Assassinato no Expresso do Oriente’, o qual falarei hoje aqui. O ruim de falar de um livro desses é que a gente fica querendo comentar o final dele já aqui, mas não seria justo para os que ainda não leram a obra. Para estes eu garanto: nunca vão se arrepender de ler o livro – e vão ver de onde vem a inspiração para algumas das novelas globais.

A história se passa no Expresso Oriente, um trem que corta parte da Europa e que está com sua capacidade esgotada numa época onde isso é algo novo até para os mais veteranos dos condutores – não são muitas as pessoas que gostam de viajar em pleno inverno e perto de cair uma grande nevasca. Poirot está no trem por puro acaso, acompanhando um velho amigo. Mas tudo muda muito rápido.

Inverno e muita neve sempre é algo que preocupa qualquer condutor, piloto ou motorista. A grande nevasca em parte da Europa faz com que o trem onde a história se passa fique preso num determinado trecho da Iugoslávia, obrigando a seus passageiros a descerem para apreciar a paisagem, que não era das melhores e poderia causar uma hipotermia, ou continuar na locomotiva. Um passageiro, estranhamente, não sai do trem quando ele para, nem vai para o desjejum na manhã seguinte. Seu acompanhante não consegue contato com ele. Tripulação bate a porta e nada: Ratchett está morto.

Foi encontrado morto com várias facadas no corpo. A porta do quarto estava trancada por dentro e a janela estava aberta, o que entregava por onde o assassino tivera fugido. Mas como tudo aconteceu, quem deu as facadas? Começa aí o trabalho de Poirot, que tem que investigar o caso antes que o trem saia da Iugoslávia e vá entre em outro país e passe por uma investigação federal – na Iugoslávia os policiais não vistoriam o trem. Os 12 suspeitos são facilmente apontados por Hercule, que faz um certo charme em aceitar o caso, e passam por uma grande sabatina até ele descobrir que... Bem, leiam.

A partir daí a leitura vai fluir que é uma beleza. A cada página o leitor vai querer ler mais e mais para desvendar o caso o quanto antes. Sabe aquele livro que você não quer desgrudar de jeito nenhum? Pronto, é isso. Não tem como não gostar desse livro. Contudo, o final é um pouco complicado para ser aceito. Eu, particularmente, queria outro, mas me acostumei com o fato de sempre me surpreender com os finais dos livros de Agatha.

Agatha Christie dispensa comentários sobre a forma de escrita. Digo uma coisa: leia. O livro é fácil de se encontrar e está sempre em promoção nos sites de livrarias e de variedades. 

Bom, é isso pessoal. Abraço e até a próxima.

A Profecia Celestina - Nove visões para um nova visão

Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

“Olhe não apenas com a mente. Olhe com a alma. A vida que está chegando já está diante de nós, esperando o mundo abrir. Apenas olhe mais perto.”

Este livro me surpreendeu com o contexto que ele aborda. James Redfield consegue transpor uma ficção com um tom visionário próprio. Baseando-se em um manuscrito peruano, o autor trouxe uma visão totalmente nova para sua época e para o futuro da humanidade. Assim, A Profecia Celestina traz um enredo fraco, com personagens pouco desenvolvidos e sem carisma, porém com uma mensagem que consegue nos dar uma reflexão para a vida toda.

Não vou aprofundar-me na história nesta crítica, pois desta vez comentarei sobre a mensagem que o livro transmite, deixando a história e o enredo para serem descobertos por aqueles interessados em lê-lo. Num resumo geral, John encontra com sua amiga Charlene que revela a primeira visão de uma profecia que pode trazer o entendimento do futuro da humanidade. Esse manuscrito contém nove visões, visões que podem trazer um novo modo de vida a todo o ser humano. A princípio relutante e depois curioso, John parte em uma jornada para conseguir encontrar as outras oito visões do manuscrito.

Mesmo narrado em primeira pessoa, James Redfield não consegue nos fazer sentir empatia com o protagonista, não só com ele, os personagens são mal trabalhados, tem pouca personalidade e muito superficiais. A história é quem consegue salvar o livro, pois com tamanha complexidade, o leitor deixa de prestar a atenção nos personagens em si e foca simplesmente na compreensão dos fatos que ocorrem. Essa mescla de personagens fracos e de história bem complexa deixa a leitura mais intensa e desafiante.
  
Mas vou falar do ponto alto do livro, a busca e descrição das visões. De forma impressionante, o autor nos deixa de boca aberta com as associações das visões com os acontecimentos na realidade. As visões nos levam a um ponto de reflexão que posso afirmar com certeza que nenhum leitor chegou a ter antes com uma obra de ficção. A primeira visão, por exemplo, nos alerta sobre as coincidências que nos acontecem e que na maioria das vezes não damos a devida atenção. Com esta visão, o autor deixa claro que não existem acasos e que para fazer sua verdadeira descoberta espiritual, simplesmente é preciso entender que as coincidências são mistérios do universo que agem diretamente no nosso cotidiano. Todas as outras visões vão completando o conceito da anterior e deixando algo em aberto para ser completo pela próxima visão. Claro que não vou descrever as outras visões, pois a curiosidade desperta pelo livro para se ter todas as resposta é o que torna a leitura tão intensa, forte e surpreendente.

“Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros fortuitos são coisas que não existem. Mas o modo como respondemos a esses encontros determinam se estamos á altura de recebermos a mensagem.”


A Profecia Celestina não é perfeito é claro, mas as reviravoltas na história e as grandes descobertas nos fazem querer ler o livro até o final, também nos faz refletir sobre o estado espiritual da humanidade e abre a nossa mente para outros tipos de ideologias. Este livro mereceu ter sido o fenômeno dos anos noventa e que vai ser lembrado por muitas gerações. 

Crítica Christine - Stephen King

Foto: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes!

Hoje irei falar sobre um clássico da literatura do horror, Christine.

Escrita pelo grande mestre Stephen King, Christine conta a história de Arnie Cunnigham e sua avassaladora paixão por um Plymouth Fury 1958 que faz com que a vida de toda uma cidade seja mudada.

A história é contada em primeira pessoa por Dennis, melhor amigo de Arnie, que presenciou toda a história que se desenrolou antes, durante e após o encontro de Arnie e Christine. Dennis era um daqueles caras populares da escola, capitão do time de futebol e beisebol, e um dos nadadores principais da Associação. Enquanto Arnie era totalmente o oposto, isto é, um perdedor com o rosto tomado por espinhas, magro e totalmente desajeitado com as garotas.

Logo no prólogo nos é apresentado as características dos personagens e a opinião de Dennis sobre esse famigerado romance. Isso é algo muito interessante nos livros do Sr. King, ele consegue em poucas palavras nos fazer ficar grudados na história, a fim de satisfazermos a curiosidade do que vai acontecer na próxima página.

Voltando pra história. Em uma volta para casa, Arnie Cunnigham vê pela primeira vez aquilo que seria a verdadeira desgraça de toda a sua vida e daqueles que vivem próximo a ele, porém cego pela atração que Christine exala, ele enlouquece ao ponto de criar uma obsessão  irracional pelo carro. O Plymouth Fury 1958 encontrava-se em um estado deplorável, coberto por ferrugens e amassados, além de diversos problemas no motor e em seu interior, enfim uma verdadeira lata velha. O seu dono atual, Roland D. LeBay, era um velho soldado com um passado obscuro que no decorrer do livro nos é mostrado e que tem bastante influência no desenrolar da história. Depois de uma negociação acirrada e de diverso protestos de Dennis, Arnie adquire o carro.

É a partir desse ponto que as coisas começam a dar errado. Primeiramente, começam  a ocorrer mudanças físicas em Arnie, seu rosto que antes era coberto de espinhas torna-se mais limpo, seu corpo magro começa adquirir massa muscular e enfim ele começa a ser notado pelas pessoas. Uma dessas pessoas chama-se Leigh Cabot, que no decorrer da história acaba se apaixonando por Arnie. Mas o que parecia ser uma melhora acaba se tornado algo horripilante pois, em contrapartida, a personalidade de Arnie é mudada ao ponto dele começar a viver em função do carro, todas as suas atitudes e decisões são voltadas para Christine o que gera um afastamento das pessoas mais próximas à ele, isto é, seu pai, sua mãe e por fim Dennis. Além disso, traços de LeBay começam a surgir nos trejeitos de Arnie, palavras que o antigo dono de Chistine usava, as dores na coluna, os pontos de vista sobre determinados assuntos e é claro, a obsessão pelo carro.

Cada vez que Arnie vai perdendo um pouco mais das suas características e Christine acaba tornando-se mais nova, como se ela estivesse sugando a força vital do pobre Arnie sem ele perceber.

Depois que Leigh se aproxima de Arnie, ela e Dennis tentam mostrá-lo que a "paixão" que ele sente pelo carro está lhe prejudicando, contudo, Christine ao perceber essa artimanha, começa demonstrar uma certa antipatia, ou melhor, um certo ciúme tanto de Leigh como de Dennis, o que torna o convívio entre eles muito difícil. Além disso, todos os inimigos de Arnie começam a ser assassinados misteriosamente.

Por fim, Dennis tenta com todas as forças descobrir o segredo por trás do carro para mostrar ao seu amigo todo o mal que gira em torno de Christine, isto o leva ao passado da família LeBay e dos acontecimentos que levaram a venda do carro por Roland D. LeBay.

O final é previsível, porém com relação aos livros de Stephen King eu gosto de aplicar aquela famosa frase: "O que vale não é o pote de ouro no final do arco-iris mas, o caminho até encontrá-lo."
O escritor consegue de forma magistral nos prender página por página e, com  plena certeza, não nos arrependemos de ter perdido algumas horas de sono.

A edição que tenho é de bolso da Ponto de Leitura, confesso que as páginas tornam-se um pouco apertadas, mas como geralmente os livros de Stephen King publicados pela Editora Suma de Letras são um pouco caros, vale a pena compra essas edições de bolso, pois são poucos os erros encontrados nessas edições menores, nada muito alarmante.

Quero aproveitar esses espaço pra falar sobre a trilha sonora desse livro, ela é ótima, quando lê-lo tente encontrar as músicas que ele cita, pois são de altíssima qualidade.

É isso pessoal, obrigado e até a próxima.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Três autores, três contos, um livro: ‘Deixe a neve cair’

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Mais uma vez volto a falar de uma obra de John Green. Sim, o Sr. Verde, autor declaradamente de obras para o público adolescente, voltou a chamar minha atenção com um livro que escreveu com dois outros autores, ou melhor, autoras. ‘Deixe a neve cair’ é uma coprodução de Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle e que foi lançado no Brasil em 2013 pela Rocco Jovens Leitores – um braço da editora Rocco para determinadas obras.

Conheci o livro quando entrei no site da editora Rocco e vi uma entrevista do John Green sobre a obra. Ele falava como foi escrever um livro com duas outras pessoas e abordava um pouco a história. Se tiver a fim de ler a entrevista, clica aqui. Depois desta entrevista e de ver a capa, me apaixonei mais ainda e queria lê-lo de todo jeito – o que aconteceu há pouco tempo. A capa é linda, basta ver a foto acima. No mais ele é bem simples.

Agora vamos falar um pouco sobre a história contada no livro, ou as histórias. Sim, porque a primeira coisa que você deve saber é que ‘Deixe a neve cair’ não conta a mesma história do começo ao fim. São três contos diferentes: O Expresso Jubileu, O Milagre da Torcida de Natal e O Santo Padroeiro dos Porcos, escritos por Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle, respectivamente.

Os contos se passam num período curto, do dia 24 a 26 de dezembro. Ambos têm o mesmo cenário ao fundo: o natal e ‘a maior nevasca dos últimos cinquenta anos’. As histórias são bem adolescentes mesmo: amor não correspondido, um caso mal resolvido, uma paixão entre amigos, um novo amor. Ou seja, é um típico livro para jovens adolescentes – se bem que esta semana estava eu lendo uma matéria no Estadão e vi que a maioria das pessoas que compram este livro nem são mais adolescentes.

No primeiro conto você vai se encantar com Jubileu e Stuart, o casal principal da história de Maureen Johnson que você torce desde o início para ficarem juntos. Eles se encontram após o trem que levava Julie para a casa dos avós, em plena véspera de natal, ficar parado no meio do caminho por conta da neve. Quando Julie resolve sair do trem e procurar algum lugar quente e mais aconchegante para passar a noite, encontra o Stuart numa lanchonete chamada Waffle House e daí começa toda a história dos dois.

No segundo conto, este de John Green, estaremos na companhia de Duke, que na verdade é Angie, Tobin e JP, três amigos inseparáveis que estão, em pleno natal, sozinhos e vendo vários filmes da série 007. Quando recebem uma ligação de Keun, atendente da lanchonete onde Stuart e Julie se encontram no conto anterior, eles partem para lá. Motivo? Líderes de torcida. Na aventura de chegar até lá em meio a uma grande nevasca, Duke e Tobin irão descobrir que se amam.

Já no terceiro e último conto nós ficamos com a “egoísta” Addie, Tegan, Dorrie e Jeb – este conto, na minha humilde opinião é o mais fraco dos três. Neste conto o drama adolescente de Addie toma conta do começo ao fim da história, que começa no dia de natal e termina no dia seguinte. O final é o melhor, pois junta todos os personagens dos contos na Starbucks.

O interessante do livro é que, como todos os contos se passam na mesma época, os três se entrelaçam. Todos os personagens, uma hora ou outra, se encontrarão e terão coisas em comum. Foi um trabalho muito bem feito entre os três, com certeza. Indico demais o livro, vale muito a pena e vocês não vão se arrepender – a menos que já não gostem do estilo.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

Onze Minutos - Uma fantasia baseada em uma história bastante real


Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

"Posso esperar um pouco mais. Tenho um sonho, mas ele não precisa ser vivido hoje, porque preciso ganhar dinheiro."

O que tem de interessante na vida de uma prostitua além de suas aventurais sexuais?
Perguntando-se sobre isso, o autor Paulo Coelho decidiu escrever sobre um tema que até então não fazia parte do seu estilo de escrita, decidiu deixar as fantasias e seus livros de auto-ajuda de lado para escrever sobre um tema polêmico, sexo e prostituição. Porém o autor não deixa suas influências de lado, apesar de se basear em uma história real, Paulo consegue inserir de forma brilhante um pouco de fantasia e momentos reflexivos. Talvez essa tenha sido a fórmula do grande sucesso deste livro.

“Era uma vez uma prostituta chamada Maria.”

Onze minutos é um livro que começa a surpreender a partir da primeira frase. Normalmente usada em contos de fadas, “Era uma vez” é utilizada para iniciar a história de uma prostituta. Absurdo? Não. Não é nenhum absurdo, pois com o transcorrer do livro, o leitor começa a entender que Maria vive seu conto de fadas particular.

Maria é uma jovem nordestina que tem o sonho de casar com um homem rico, ter uma casa bonita e uma família, sonho normal entre jovens do interior. Sem compreender o amor, ela tornou-se uma mestra na arte de manipular os garotos e utilizá-los para aprender mais sobre a arte do sexo. Aos dezenove anos Maria parte para o Rio de Janeiro e lá conhece um suíço que oferece uma oportunidade de emprego no seu país de origem. Chegando à Suíça, Maria descobre que as coisas não eram bem como o combinado e, sem perceber, acaba se deixando cair na prostituição.

Este é um resumo geral da história, porém não é algo complexo ou explícito demais. Paulo Coelho consegue retratar as cenas de sexo sem usar “palavras baixas”, nem ao menos as palavras “vagina” ou “pênis”. O autor consegue levar os sentimentos de Maria aos leitores, desde o momento de seu primeiro programa e seus momentos mais difíceis, até os momentos no qual ela busca a alegria e descobre que também pode ser feliz.
Os trechos retirados do diário da verdadeira Maria (nome fictício), do qual o autor baseou sua história, trazem uma emoção a mais na leitura, pois consegue fazer que o leitor sinta a emoção empregada nas palavras escritas pela verdadeira Maria. Uma das partes mais interessantes por sinal é uma descrição de uma das mais importantes relações sexuais dela, no qual o autor utiliza o trecho do diário na íntegra, deixando que a própria Maria descreva a situação.  

Onze minutos leva o leitor junto com Maria a uma série de descobertas. Ao mesmo tempo em que o leitor acompanha as aventuras de Maria, suas experiências com seus clientes, um deles até que é chamado de “cliente especial” a inicia no sadomasoquismo, o leitor se descobre quebrando preconceitos e se levando a refletir em quantas histórias como aquelas não existem na vida real, quantos contos de fadas reais como este se desenrolam diariamente, muitas vezes ao nosso redor.

"Antes costumava ver as meninas que iam para a cama por dinheiro como gente a quem a vida não tinha deixado nenhuma escolha - e agora vejo que não é assim. Eu podia dizer "sim", ou "não", ninguém estava me forçando a aceitar nada. Ando pelas ruas, olho as pessoas, será que elas escolheram suas próprias vidas? Ou será que elas também, como eu, foram "escolhidas" pelo destino?"

Com este enredo aparentemente simples, Onze minutos  chegou a marca de mais de quatorze milhões de cópias vendidas, pois utilizando de seus dons de escrita, “o mago” conseguiu fazer de uma história real com um verdadeiro toque de fantasia. Se ainda não leu, não deixe de apreciar esta grande obra.

Sistema de comentários