Foto: Literagindo |
Por: Jean Ribeiro
No mês do terror, nada melhor do que falar um pouco da literatura clássica, da época onde as ideias do terror que conhecemos hoje ainda se formavam em contos de diversos escritores. Entre eles está O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Uma história que conta a trajetória de um homem divido entre o bem e o mal, o certo e o errado, entre ser Dr. Jekyll ou Mr. Hyde.
O Médico e o Monstro começa com o preocupado Mr. Utterson, um advogado que recebeu do amigo Dr. Jekyll o pedido de elaborar um testamento, onde o mesmo daria direito de todos os bens do médico Jekyll a um desconhecido de nome Mr. Hyde. Intrigado, Mr. Utterson começa a investigar Mr. Hyde, principalmente depois de ouvir o depoimento de um amigo que Hyde transparecia o próprio mal. Assim, as verdades sobre Mr. Hyde e até do próprio Dr. Jekyll começam a surgir, levando a história para um dos desfechos mais clássicos da literatura.
Nesta sequência investigativa, a história de Stevenson nos prende a cada página. A escrita séria e refinada da época, o ambiente que se monta cada vez mais empolgante devido a narrativa clássica e o fator de descrição intensa, acabam nos transportando para Londres e nos deixa apreensivos para descobrir como este conto termina. Isso torna o Médico e o Monstro uma das grandes obras escritas até hoje.
Tenho que comentar também, que esta história é considerada o protótipo do romance de Lobisomem, já que não temos um romance clássico que descreva um lobisomem em si, ao contrário do que acontece com os vampiros que tem Drácula de Bram Stoker. Então, por muitos, O Médico e o Monstro é base para a figura Lobisomem que temos hoje. (Excluindo é claro, Os vampiros que brilham e Lobisomens sem pelo que aparecem em algumas histórias. Estes se encaixam em algum outro gênero que não seja o terror.)
Enfim, O Médico e o Monstro trás muitas reflexões filosóficas. Como por exemplo, se realmente temos controle sobre nós mesmo, o quanto os nossos desejos reprimidos podem afetar drasticamente as nossas vidas e se vale a pena abandonar aquilo que acreditamos ser o melhor por desejos ocultos. Robert Louis Stevenson nos deixou uma obra prima.
Esta edição da Editora Nova Fronteira é linda, tanto a capa quanto a diagramação. Um ponto a mais para nos empolgar na leitura desta história incrível. Não deixe de ler.
"Esta, então, é a última vez, a menos que um milagre aconteça, que Henry Jekyll é capaz de pensar seus próprios pensamentos e ver seu próprio rosto no espelho."