sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O Médico e o Monstro - Um Filosófico Clássico do Terror

Foto: Literagindo


Por: Jean Ribeiro

No mês do terror, nada melhor do que falar um pouco da literatura clássica, da época onde as ideias do terror que conhecemos hoje ainda se formavam em contos de diversos escritores. Entre eles está O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson. Uma história que conta a trajetória de um homem divido entre o bem e o mal, o certo e o errado, entre ser Dr. Jekyll ou Mr. Hyde.

O Médico e o Monstro começa com o preocupado Mr. Utterson, um advogado que recebeu do amigo Dr. Jekyll o pedido de elaborar um testamento, onde o mesmo daria direito de todos os bens do médico Jekyll a um desconhecido de nome Mr. Hyde. Intrigado, Mr. Utterson começa a investigar Mr. Hyde, principalmente depois de ouvir o depoimento de um amigo que Hyde transparecia o próprio mal. Assim, as verdades sobre Mr. Hyde e até do próprio Dr. Jekyll começam a surgir, levando a história para um dos desfechos mais clássicos da literatura. 

Nesta sequência investigativa, a história de Stevenson nos prende a cada página. A escrita séria e refinada da época, o ambiente que se monta cada vez mais empolgante devido a narrativa clássica e o fator de descrição intensa, acabam nos transportando para Londres e nos deixa apreensivos para descobrir como este conto termina. Isso torna o Médico e o Monstro uma das grandes obras escritas até hoje.

Tenho que comentar também, que esta história é considerada o protótipo do romance de Lobisomem, já que não temos um romance clássico que descreva um lobisomem em si, ao contrário do que acontece com os vampiros que tem Drácula de Bram Stoker. Então, por muitos, O Médico e o Monstro é base para a figura Lobisomem que temos hoje. (Excluindo é claro, Os vampiros que brilham e Lobisomens sem pelo que aparecem em algumas histórias. Estes se encaixam em algum outro gênero que não seja o terror.)

Enfim, O Médico e o Monstro trás muitas reflexões filosóficas. Como por exemplo, se realmente temos controle sobre nós mesmo, o quanto os nossos desejos reprimidos podem afetar drasticamente as nossas vidas e se vale a pena abandonar aquilo que acreditamos ser o melhor por desejos ocultos. Robert Louis Stevenson nos deixou uma obra prima.

Esta edição da Editora Nova Fronteira é linda, tanto a capa quanto a diagramação. Um ponto a mais para nos empolgar na leitura desta história incrível. Não deixe de ler.

"Esta, então, é a última vez, a menos que um milagre aconteça, que Henry Jekyll é capaz de pensar seus próprios pensamentos e ver seu próprio rosto no espelho."

terça-feira, 13 de outubro de 2015

[CRÔNICA] Pesadelos Literários

Foto: @Jhon_Passos - LiterAgindo
Por Leandro Silva

Então pessoal, dessa vez minha crônica vai falar, como já adianta o título, sobre os pesadelos que geralmente temos quando estamos lendo alguma obra meio, como que posso dizer... Tenebrosa. E não tinha um mês melhor para o lançamento desse texto do que outubro, considerado o 'mês do horror'. 

A primeira vez que eu tive pesadelo literário foi quando comecei a ler a série Bruxos e Bruxas, do James Patterson. O livro, como falo na crítica que fiz dele aqui, não é terror, mas é uma história alucinante. Os garotos sofrem muito quando a Nova Ordem passa a dominar quase todo o mundo. O livro é pura ficção e é eletrizante, te prende e você vive a angústia dos personagens a cada página. E foi devido a isso que eu comecei a me ver demais na história e tinha pesadelos quase que diários. 

(Ainda a respeito do livro Bruxos e Bruxas, aconselho vocês ouvirem a música Marcha Macia, do Siba.) 

Não sou muito de ler livros de terror, mas sei que quando leio passo a ter pesadelos. A gente se envolve demais na história, não tem como não se envolver. Passamos a fazer parte dela, a viver conforme o autor escreve para os seus personagens. Esses pesadelos são, ao mesmo tempo, aterrorizantes e incríveis. Aterrorizantes porque ninguém gosta de ficar se assustando o tempo todo, acordar de um pesadelo é horrível. Você acorda suado, agitado, demora a voltar a dormir. Mas ao mesmo tempo é incrível porque você vai mais além, passa a viver a história em sua plenitude. 

Se você ainda não desfrutou disso, ou é muito forte a ponto de não ter pesadelo, ou não conseguiu ler algo tão aterrorizante, eletrizante, que te faça viajar de fato para dentro de suas páginas, na forma mais profunda que tem, que é usando nosso subconsciente. Se você já teve desses pesadelos, sabe do que estou falando. E o melhor é que, quanto mais pesadelos temos com determinadas obras, mais queremos ler. Alguém me explica? 

Apesar de ser UM POUCO ruim, eu desejo desde já que você tenha um pesadelo literário. Claro que desejo. É uma sensação incrível, você num mundo totalmente perigoso, mas conhecido. A adrenalina toma conta de você e você vai acordar assustado, mas querendo pegar o livro na mesma hora pra terminar a leitura. E se for livros que tenham continuação, como o caso de Bruxos e Bruxas, você dei muita sorte. 

Bem, é isso e até a próxima - e que tenham muitos pesadelos.

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