sexta-feira, 26 de setembro de 2014

LiterAgindo - Crítica John Green

E chegamos a última sexta-feira do mês de setembro e vocês sabem o que isso significa aqui, no LiterAgindo. Isso mesmo, dia de nossa crítica em vídeo. E esse mês é sobre um autor que vem fazendo o maior sucesso ultimamente: John Green. 

Isso mesmo, o Sr. Verde foi o escolhido para nossa crítica em vídeo deste mês. Foram três obras comentadas: 'Quem é você, Alasca?', 'Cidades de Papel' e o clássico 'A Culpa é das Estrelas'. É isso, pessoal. Espero que curtam nosso vídeo. Se curtirem, compartilhem e, além de curtir nossa fã page no facebook, se inscrevam em nosso canal no YouTube clicando aqui


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Hercule Poirot e sua aventura para desvendar o ‘Assassinato no Expresso do Oriente’

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Na crítica de hoje me atrevi a falar de uma das obras de uma das mais renomadas autoras do mundo: Agatha Christie. Sim, porque ela é considerada isso tudo e mais um pouco por todos os que gostam de seu estilo – e por todos que admiram a leitura, fato. Agatha teve as suas obras traduzidas para os mais diversos idiomas e fez sucesso em todos eles. Acho, ou melhor, tenho certeza que todos já ouviram falar sobre seus livros policiais e sobre o seu mais famoso personagem: Hercule Poirot (lê-se Érquile Poarrô).

Bem, um dos primeiros livros que li da Agatha foi ‘Assassinato no Expresso do Oriente’, o qual falarei hoje aqui. O ruim de falar de um livro desses é que a gente fica querendo comentar o final dele já aqui, mas não seria justo para os que ainda não leram a obra. Para estes eu garanto: nunca vão se arrepender de ler o livro – e vão ver de onde vem a inspiração para algumas das novelas globais.

A história se passa no Expresso Oriente, um trem que corta parte da Europa e que está com sua capacidade esgotada numa época onde isso é algo novo até para os mais veteranos dos condutores – não são muitas as pessoas que gostam de viajar em pleno inverno e perto de cair uma grande nevasca. Poirot está no trem por puro acaso, acompanhando um velho amigo. Mas tudo muda muito rápido.

Inverno e muita neve sempre é algo que preocupa qualquer condutor, piloto ou motorista. A grande nevasca em parte da Europa faz com que o trem onde a história se passa fique preso num determinado trecho da Iugoslávia, obrigando a seus passageiros a descerem para apreciar a paisagem, que não era das melhores e poderia causar uma hipotermia, ou continuar na locomotiva. Um passageiro, estranhamente, não sai do trem quando ele para, nem vai para o desjejum na manhã seguinte. Seu acompanhante não consegue contato com ele. Tripulação bate a porta e nada: Ratchett está morto.

Foi encontrado morto com várias facadas no corpo. A porta do quarto estava trancada por dentro e a janela estava aberta, o que entregava por onde o assassino tivera fugido. Mas como tudo aconteceu, quem deu as facadas? Começa aí o trabalho de Poirot, que tem que investigar o caso antes que o trem saia da Iugoslávia e vá entre em outro país e passe por uma investigação federal – na Iugoslávia os policiais não vistoriam o trem. Os 12 suspeitos são facilmente apontados por Hercule, que faz um certo charme em aceitar o caso, e passam por uma grande sabatina até ele descobrir que... Bem, leiam.

A partir daí a leitura vai fluir que é uma beleza. A cada página o leitor vai querer ler mais e mais para desvendar o caso o quanto antes. Sabe aquele livro que você não quer desgrudar de jeito nenhum? Pronto, é isso. Não tem como não gostar desse livro. Contudo, o final é um pouco complicado para ser aceito. Eu, particularmente, queria outro, mas me acostumei com o fato de sempre me surpreender com os finais dos livros de Agatha.

Agatha Christie dispensa comentários sobre a forma de escrita. Digo uma coisa: leia. O livro é fácil de se encontrar e está sempre em promoção nos sites de livrarias e de variedades. 

Bom, é isso pessoal. Abraço e até a próxima.

A Profecia Celestina - Nove visões para um nova visão

Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

“Olhe não apenas com a mente. Olhe com a alma. A vida que está chegando já está diante de nós, esperando o mundo abrir. Apenas olhe mais perto.”

Este livro me surpreendeu com o contexto que ele aborda. James Redfield consegue transpor uma ficção com um tom visionário próprio. Baseando-se em um manuscrito peruano, o autor trouxe uma visão totalmente nova para sua época e para o futuro da humanidade. Assim, A Profecia Celestina traz um enredo fraco, com personagens pouco desenvolvidos e sem carisma, porém com uma mensagem que consegue nos dar uma reflexão para a vida toda.

Não vou aprofundar-me na história nesta crítica, pois desta vez comentarei sobre a mensagem que o livro transmite, deixando a história e o enredo para serem descobertos por aqueles interessados em lê-lo. Num resumo geral, John encontra com sua amiga Charlene que revela a primeira visão de uma profecia que pode trazer o entendimento do futuro da humanidade. Esse manuscrito contém nove visões, visões que podem trazer um novo modo de vida a todo o ser humano. A princípio relutante e depois curioso, John parte em uma jornada para conseguir encontrar as outras oito visões do manuscrito.

Mesmo narrado em primeira pessoa, James Redfield não consegue nos fazer sentir empatia com o protagonista, não só com ele, os personagens são mal trabalhados, tem pouca personalidade e muito superficiais. A história é quem consegue salvar o livro, pois com tamanha complexidade, o leitor deixa de prestar a atenção nos personagens em si e foca simplesmente na compreensão dos fatos que ocorrem. Essa mescla de personagens fracos e de história bem complexa deixa a leitura mais intensa e desafiante.
  
Mas vou falar do ponto alto do livro, a busca e descrição das visões. De forma impressionante, o autor nos deixa de boca aberta com as associações das visões com os acontecimentos na realidade. As visões nos levam a um ponto de reflexão que posso afirmar com certeza que nenhum leitor chegou a ter antes com uma obra de ficção. A primeira visão, por exemplo, nos alerta sobre as coincidências que nos acontecem e que na maioria das vezes não damos a devida atenção. Com esta visão, o autor deixa claro que não existem acasos e que para fazer sua verdadeira descoberta espiritual, simplesmente é preciso entender que as coincidências são mistérios do universo que agem diretamente no nosso cotidiano. Todas as outras visões vão completando o conceito da anterior e deixando algo em aberto para ser completo pela próxima visão. Claro que não vou descrever as outras visões, pois a curiosidade desperta pelo livro para se ter todas as resposta é o que torna a leitura tão intensa, forte e surpreendente.

“Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros fortuitos são coisas que não existem. Mas o modo como respondemos a esses encontros determinam se estamos á altura de recebermos a mensagem.”


A Profecia Celestina não é perfeito é claro, mas as reviravoltas na história e as grandes descobertas nos fazem querer ler o livro até o final, também nos faz refletir sobre o estado espiritual da humanidade e abre a nossa mente para outros tipos de ideologias. Este livro mereceu ter sido o fenômeno dos anos noventa e que vai ser lembrado por muitas gerações. 

Crítica Christine - Stephen King

Foto: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes!

Hoje irei falar sobre um clássico da literatura do horror, Christine.

Escrita pelo grande mestre Stephen King, Christine conta a história de Arnie Cunnigham e sua avassaladora paixão por um Plymouth Fury 1958 que faz com que a vida de toda uma cidade seja mudada.

A história é contada em primeira pessoa por Dennis, melhor amigo de Arnie, que presenciou toda a história que se desenrolou antes, durante e após o encontro de Arnie e Christine. Dennis era um daqueles caras populares da escola, capitão do time de futebol e beisebol, e um dos nadadores principais da Associação. Enquanto Arnie era totalmente o oposto, isto é, um perdedor com o rosto tomado por espinhas, magro e totalmente desajeitado com as garotas.

Logo no prólogo nos é apresentado as características dos personagens e a opinião de Dennis sobre esse famigerado romance. Isso é algo muito interessante nos livros do Sr. King, ele consegue em poucas palavras nos fazer ficar grudados na história, a fim de satisfazermos a curiosidade do que vai acontecer na próxima página.

Voltando pra história. Em uma volta para casa, Arnie Cunnigham vê pela primeira vez aquilo que seria a verdadeira desgraça de toda a sua vida e daqueles que vivem próximo a ele, porém cego pela atração que Christine exala, ele enlouquece ao ponto de criar uma obsessão  irracional pelo carro. O Plymouth Fury 1958 encontrava-se em um estado deplorável, coberto por ferrugens e amassados, além de diversos problemas no motor e em seu interior, enfim uma verdadeira lata velha. O seu dono atual, Roland D. LeBay, era um velho soldado com um passado obscuro que no decorrer do livro nos é mostrado e que tem bastante influência no desenrolar da história. Depois de uma negociação acirrada e de diverso protestos de Dennis, Arnie adquire o carro.

É a partir desse ponto que as coisas começam a dar errado. Primeiramente, começam  a ocorrer mudanças físicas em Arnie, seu rosto que antes era coberto de espinhas torna-se mais limpo, seu corpo magro começa adquirir massa muscular e enfim ele começa a ser notado pelas pessoas. Uma dessas pessoas chama-se Leigh Cabot, que no decorrer da história acaba se apaixonando por Arnie. Mas o que parecia ser uma melhora acaba se tornado algo horripilante pois, em contrapartida, a personalidade de Arnie é mudada ao ponto dele começar a viver em função do carro, todas as suas atitudes e decisões são voltadas para Christine o que gera um afastamento das pessoas mais próximas à ele, isto é, seu pai, sua mãe e por fim Dennis. Além disso, traços de LeBay começam a surgir nos trejeitos de Arnie, palavras que o antigo dono de Chistine usava, as dores na coluna, os pontos de vista sobre determinados assuntos e é claro, a obsessão pelo carro.

Cada vez que Arnie vai perdendo um pouco mais das suas características e Christine acaba tornando-se mais nova, como se ela estivesse sugando a força vital do pobre Arnie sem ele perceber.

Depois que Leigh se aproxima de Arnie, ela e Dennis tentam mostrá-lo que a "paixão" que ele sente pelo carro está lhe prejudicando, contudo, Christine ao perceber essa artimanha, começa demonstrar uma certa antipatia, ou melhor, um certo ciúme tanto de Leigh como de Dennis, o que torna o convívio entre eles muito difícil. Além disso, todos os inimigos de Arnie começam a ser assassinados misteriosamente.

Por fim, Dennis tenta com todas as forças descobrir o segredo por trás do carro para mostrar ao seu amigo todo o mal que gira em torno de Christine, isto o leva ao passado da família LeBay e dos acontecimentos que levaram a venda do carro por Roland D. LeBay.

O final é previsível, porém com relação aos livros de Stephen King eu gosto de aplicar aquela famosa frase: "O que vale não é o pote de ouro no final do arco-iris mas, o caminho até encontrá-lo."
O escritor consegue de forma magistral nos prender página por página e, com  plena certeza, não nos arrependemos de ter perdido algumas horas de sono.

A edição que tenho é de bolso da Ponto de Leitura, confesso que as páginas tornam-se um pouco apertadas, mas como geralmente os livros de Stephen King publicados pela Editora Suma de Letras são um pouco caros, vale a pena compra essas edições de bolso, pois são poucos os erros encontrados nessas edições menores, nada muito alarmante.

Quero aproveitar esses espaço pra falar sobre a trilha sonora desse livro, ela é ótima, quando lê-lo tente encontrar as músicas que ele cita, pois são de altíssima qualidade.

É isso pessoal, obrigado e até a próxima.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Três autores, três contos, um livro: ‘Deixe a neve cair’

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Mais uma vez volto a falar de uma obra de John Green. Sim, o Sr. Verde, autor declaradamente de obras para o público adolescente, voltou a chamar minha atenção com um livro que escreveu com dois outros autores, ou melhor, autoras. ‘Deixe a neve cair’ é uma coprodução de Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle e que foi lançado no Brasil em 2013 pela Rocco Jovens Leitores – um braço da editora Rocco para determinadas obras.

Conheci o livro quando entrei no site da editora Rocco e vi uma entrevista do John Green sobre a obra. Ele falava como foi escrever um livro com duas outras pessoas e abordava um pouco a história. Se tiver a fim de ler a entrevista, clica aqui. Depois desta entrevista e de ver a capa, me apaixonei mais ainda e queria lê-lo de todo jeito – o que aconteceu há pouco tempo. A capa é linda, basta ver a foto acima. No mais ele é bem simples.

Agora vamos falar um pouco sobre a história contada no livro, ou as histórias. Sim, porque a primeira coisa que você deve saber é que ‘Deixe a neve cair’ não conta a mesma história do começo ao fim. São três contos diferentes: O Expresso Jubileu, O Milagre da Torcida de Natal e O Santo Padroeiro dos Porcos, escritos por Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle, respectivamente.

Os contos se passam num período curto, do dia 24 a 26 de dezembro. Ambos têm o mesmo cenário ao fundo: o natal e ‘a maior nevasca dos últimos cinquenta anos’. As histórias são bem adolescentes mesmo: amor não correspondido, um caso mal resolvido, uma paixão entre amigos, um novo amor. Ou seja, é um típico livro para jovens adolescentes – se bem que esta semana estava eu lendo uma matéria no Estadão e vi que a maioria das pessoas que compram este livro nem são mais adolescentes.

No primeiro conto você vai se encantar com Jubileu e Stuart, o casal principal da história de Maureen Johnson que você torce desde o início para ficarem juntos. Eles se encontram após o trem que levava Julie para a casa dos avós, em plena véspera de natal, ficar parado no meio do caminho por conta da neve. Quando Julie resolve sair do trem e procurar algum lugar quente e mais aconchegante para passar a noite, encontra o Stuart numa lanchonete chamada Waffle House e daí começa toda a história dos dois.

No segundo conto, este de John Green, estaremos na companhia de Duke, que na verdade é Angie, Tobin e JP, três amigos inseparáveis que estão, em pleno natal, sozinhos e vendo vários filmes da série 007. Quando recebem uma ligação de Keun, atendente da lanchonete onde Stuart e Julie se encontram no conto anterior, eles partem para lá. Motivo? Líderes de torcida. Na aventura de chegar até lá em meio a uma grande nevasca, Duke e Tobin irão descobrir que se amam.

Já no terceiro e último conto nós ficamos com a “egoísta” Addie, Tegan, Dorrie e Jeb – este conto, na minha humilde opinião é o mais fraco dos três. Neste conto o drama adolescente de Addie toma conta do começo ao fim da história, que começa no dia de natal e termina no dia seguinte. O final é o melhor, pois junta todos os personagens dos contos na Starbucks.

O interessante do livro é que, como todos os contos se passam na mesma época, os três se entrelaçam. Todos os personagens, uma hora ou outra, se encontrarão e terão coisas em comum. Foi um trabalho muito bem feito entre os três, com certeza. Indico demais o livro, vale muito a pena e vocês não vão se arrepender – a menos que já não gostem do estilo.

É isso pessoal, abraço e até a próxima.

Onze Minutos - Uma fantasia baseada em uma história bastante real


Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

"Posso esperar um pouco mais. Tenho um sonho, mas ele não precisa ser vivido hoje, porque preciso ganhar dinheiro."

O que tem de interessante na vida de uma prostitua além de suas aventurais sexuais?
Perguntando-se sobre isso, o autor Paulo Coelho decidiu escrever sobre um tema que até então não fazia parte do seu estilo de escrita, decidiu deixar as fantasias e seus livros de auto-ajuda de lado para escrever sobre um tema polêmico, sexo e prostituição. Porém o autor não deixa suas influências de lado, apesar de se basear em uma história real, Paulo consegue inserir de forma brilhante um pouco de fantasia e momentos reflexivos. Talvez essa tenha sido a fórmula do grande sucesso deste livro.

“Era uma vez uma prostituta chamada Maria.”

Onze minutos é um livro que começa a surpreender a partir da primeira frase. Normalmente usada em contos de fadas, “Era uma vez” é utilizada para iniciar a história de uma prostituta. Absurdo? Não. Não é nenhum absurdo, pois com o transcorrer do livro, o leitor começa a entender que Maria vive seu conto de fadas particular.

Maria é uma jovem nordestina que tem o sonho de casar com um homem rico, ter uma casa bonita e uma família, sonho normal entre jovens do interior. Sem compreender o amor, ela tornou-se uma mestra na arte de manipular os garotos e utilizá-los para aprender mais sobre a arte do sexo. Aos dezenove anos Maria parte para o Rio de Janeiro e lá conhece um suíço que oferece uma oportunidade de emprego no seu país de origem. Chegando à Suíça, Maria descobre que as coisas não eram bem como o combinado e, sem perceber, acaba se deixando cair na prostituição.

Este é um resumo geral da história, porém não é algo complexo ou explícito demais. Paulo Coelho consegue retratar as cenas de sexo sem usar “palavras baixas”, nem ao menos as palavras “vagina” ou “pênis”. O autor consegue levar os sentimentos de Maria aos leitores, desde o momento de seu primeiro programa e seus momentos mais difíceis, até os momentos no qual ela busca a alegria e descobre que também pode ser feliz.
Os trechos retirados do diário da verdadeira Maria (nome fictício), do qual o autor baseou sua história, trazem uma emoção a mais na leitura, pois consegue fazer que o leitor sinta a emoção empregada nas palavras escritas pela verdadeira Maria. Uma das partes mais interessantes por sinal é uma descrição de uma das mais importantes relações sexuais dela, no qual o autor utiliza o trecho do diário na íntegra, deixando que a própria Maria descreva a situação.  

Onze minutos leva o leitor junto com Maria a uma série de descobertas. Ao mesmo tempo em que o leitor acompanha as aventuras de Maria, suas experiências com seus clientes, um deles até que é chamado de “cliente especial” a inicia no sadomasoquismo, o leitor se descobre quebrando preconceitos e se levando a refletir em quantas histórias como aquelas não existem na vida real, quantos contos de fadas reais como este se desenrolam diariamente, muitas vezes ao nosso redor.

"Antes costumava ver as meninas que iam para a cama por dinheiro como gente a quem a vida não tinha deixado nenhuma escolha - e agora vejo que não é assim. Eu podia dizer "sim", ou "não", ninguém estava me forçando a aceitar nada. Ando pelas ruas, olho as pessoas, será que elas escolheram suas próprias vidas? Ou será que elas também, como eu, foram "escolhidas" pelo destino?"

Com este enredo aparentemente simples, Onze minutos  chegou a marca de mais de quatorze milhões de cópias vendidas, pois utilizando de seus dons de escrita, “o mago” conseguiu fazer de uma história real com um verdadeiro toque de fantasia. Se ainda não leu, não deixe de apreciar esta grande obra.

Crítica - V de Vingança (HQ)

Fonte: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Olá LiterAgentes, hoje me arriscarei a falar não exatamente sobre um livro, mas sobre uma HQ muito especial: V de Vingança.

"O que está por baixo dessa máscara, Sr. Creed, são ideias e ideias são à prova de balas."

Meus caros, quero deixar claro desde o início desta crítica o quão inacreditável e surpreendente foi a leitura dessa HQ, eu praticamente devorei cada página de forma animalesca e mesmo assim consegui sentir todos os sabores que ela propõe passar para o leitor.

Nessa história estamos em uma Inglaterra distópica em que o país é controlado ferozmente por um partido Fascista que se intitula de Nórdica Chama. Como toda Distopia todos os movimentos e vontades da população são reprimidos para que tudo ocorra de acordo com o que o Partido planeja.

Porém como em toda a terra árida, em algum lugar, algum dia, é possível que nasça uma flor, como não poderia ser diferente, também em nossa história isto acontece. A flor em questão é apresentada a nós como codinome V. Ele é um "homem" que sofreu todos os massacres que o Partido impôs durante o seu golpe de tomada do poder. Foi preso, humilhado, torturado e sofreu diversos tratamentos químicos, no entanto, esses tratamentos deram à ele algumas capacidades sobre humanas, como força e inteligência acima do normal. Depois de algum tempo ele começa a projetar a sua fuga e por fim consegue, mas depois da fuga ele embarca numa viagem de vingança contra todo o Partido. Também nos é apresentada a outra personagem principal Evey Hammond, uma garota que é salva por V um pouco antes de ser presa e sofrer coisas muito piores nas mãos da polícia do Partido: Os Homens Dedo. Evey além de protegida, torna-se uma aprendiz de V, com ele, ela começa a perceber o quanto o partido havia lhe tirado.

No decorrer da história V coloca em prática o seu plano para derrubar o partido criando um ideal na mente do povo inglês. É nos mostrado o lado sombrio de cada membro do partido, seus vícios pelo poder e por coisas mais obscuras. E de um por um V vai eliminando, de forma teatral, cada um dos inimigos do povo e dele mesmo.

Quero enfatizar a cena em que Evey é presa e passa por diversas privações imposta pelo próprio V com o fim de prepará-la para o que está por vir. Além da carta deixada por uma das prisioneiras que foi entregue a V em papel higiênico é transmitida a Evey de forma idêntica, isso meus caros, deixa no ar uma carga dramática intensa que me arrepiou diversas vezes.

Por fim, quero falar sobre a escrita do grande Alan Moore e os traços de David Lloyd, eles são F... (Só isso o que tenho a dizer)

Vale muito a pena embarcar nessa história inacreditável e surpreendente.

É isso pessoal, espero que tenham gostado e até a próxima.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Um pouco sobre a doce história de ‘Quando tudo volta’

Foto: LiterAgindo
Por Leandro Silva

Resolvi escrever hoje sobre um livro que, antes de tudo, tem uma capa linda e chamativa. ‘Quando tudo volta’, livro em que o John Corey Whaley demorou quatro anos para escrever e, posso garantir, fez um bom trabalho. As capas, muitas vezes simples, da editora Novo Conceito me encantam. Este tem a capa toda azul com um pássaro desenhado na cor preta, onde o nome do livro é escrito. Além dele e do nome do autor, tem uma frase muito boa: “Porque eu estou acordado em um mundo de pessoas que dormem”.

Bem, vamos ao livro. Ele conta a história de Cullen Witter, garoto de 17 anos que começa a história contando a nós sobre a morte, precoce, de seu primo Oslo. Ele estava a acompanhar sua tia Júlia ao necrotério e tinha a missão de reconhecer o corpo de seu primo, que havia morrido por overdose. Ele estava sendo, como ele mesmo diz, ‘o homem da casa’, devido a seu pai estar viajando a trabalho.

Cullen mora com seus pais e seu irmão caçula. Gabriel tem 15 anos de idade, mas parece ter muito mais, devido ao amadurecimento que ele demonstra. Devido a morte de seu primo, eles estão dividindo a casa com sua tia Júlia, que, por morar sozinha e estar passando por um momento tão difícil, precisou se amparar na casa de sua irmã. Cullen não é um garoto dos mais populares, então conta com pouquíssimos amigos – poucos mesmo, cito aqui o mais próximo dele e que estará do começo ao fim com ele: Lucas, o amigo perfeito de Cullen.

Temos duas histórias principais: uma delas é o desaparecimento de Gabriel Witter. Um garoto, bem quisto por todos, acaba desaparecendo de forma misteriosa. Digo aqui que o desaparecimento dele é mistério para o leitor até perto do final do livro, que é quando as pistas do que aconteceu começam a aparecer pra gente. Até lá ficamos sem saber de nada, igual aos personagens do livro – o que eu achei uma sacada muito boa do autor.

A outra história que se passa é a possível aparição de uma espécie de pica-pau, o Lázaro, que estava extinto há anos de repente dizem tê-lo visto por lá, em Lily, no estado do Arkansas. A possível aparição deste pássaro causa um reboliço na cidade e as atenções são voltadas muito para isso e acabam deixando o caso do desaparecimento do Gabriel em segundo plano. Cidade pequena acontece dessas coisas.

O livro é bom, me encantei com ele e foi uma leitura gostosa... Digo, prazerosa. Você acaba se encantando com a história e, não sei se com vocês vai acontecer isso ao ler ‘Quando tudo volta’, mas acabei concordando com muitas coisas que o Cullen diz. Os personagens são adoráveis. Só tenho uma reclamação a respeito da obra: o final. Deveria ser mais trabalhado e não ser jogado logo aos leitores, deixando muitas coisas no imaginário nosso. Pelo menos eu queria um desfecho para algumas histórias que ficaram sem respostas.

Vou compartilhar uma frase com vocês, uma que até usei em uma das minhas redes sociais, ditas pelo Cullen Witter e que acho incrível: "É o que fazem os rótulos. Eles grudam. Se as pessoas pensam que você é LOUCO, então tudo o que você fizer, tudo o que pensar, terá LOUCO estampado".

Bom, é isso pessoal. Abraço e até a próxima.

Crítica O Guardião de Memórias - Kim Edwards

Fonte: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Um dos meus códigos de conduta literária é: Sempre leia o livro até o final. Na maioria das vezes sou presenteado com histórias maravilhosas e cheias de reviravoltas, porém, em outras, me sinto num martírio sem fim, implorando por tudo o que é mais sagrado que o livro chegue logo a sua conclusão. E foi exatamente isso que aconteceu enquanto eu lia O Guardião de Memórias.

Kim Edwards é uma romancista premiada e essa obra, em específico, ficou durante muito tempo em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do New York Times. (Confesso que até hoje me pergunto Como? e Por Que?)

Bem, vamos ao livro. A história acompanha a vida de Norah e David, recém-casados eles aguardam ardentemente a vinda do primeiro filho, contudo no dia do parto uma surpresa acontece, Norah dá a luz a gêmeos, Paul e Phoebe, Paul nasce extremamente saudável, enquanto Phoebe vem ao mundo com Síndrome de Down. 

Marcado por lembranças trágicas do passado David toma uma decisão extrema, ele decide dar Phoebe para que ela seja criada por outra pessoa, porém, lhe falta a coragem de dizer a Norah o que ele havia feito, então mente ao afirmar que a menina veio ao mundo morta.

Depois de 25 anos desse evento catastrófico, as marcas dessa decisão afetam de forma intensa a vida dessa família. Norah passa todo esse tempo sentindo a morte da filha, sentindo o fato de se quer tê-la visto uma única vez, pois por ter sido um parto difícil ela ficou inconsciente durante todo o tempo. David não consegue conviver com aquilo que fez, por isso acaba obcecado por máquinas fotográficas e fotos de crianças. Paul se torna um jovem tímido e retraído, causando diversos problemas ao seus país, envolvendo-se com pessoas erradas e com uma vontade imensa de saber um pouco mais sobre a sua irmã morta. Cada vez mais a família vai se desgastando e eles acabam minando todos os laços que os uniam.

Em contra partida, Phoebe cresce em uma família totalmente amável, tendo por mãe a pessoa de Caroline, a antiga assistente de David em seu consultório. Caroline tenta fazer com que a vida de Phoebe seja a mais normal possível, no entanto ela sofre diversos problemas e perseguições para conseguir o seu intento.

Mesmo com um escopo tão promissor, o livro não conseguiu me prender. Exitem momentos no texto em que a descrição da cena é tão desnecessariamente aprofundada que o maior desejo é passar pra outra página ou até mesmo para o outro capitulo, posso citar como exemplo um trecho em que Norah sofrendo pela filha, está tomando vinho em frente a lareira e com esse pequeno momento a autora consegue ocupar uma folha e meia só de descrição, do crepitar da chama a gota de vinho que escorre da taça.

Mas obviamente nem tudo deu errado. Os últimos momentos do livro conseguem trazer a carga emocional que ele tanto necessita. Paul e seu violão, os momentos Phoebe e Caroline são momentos bons, mas que mesmo assim não conseguem salvar o panorama geral do livro.

Falando da edição, a Editora Arqueiro consegue com sua sutileza fazer artes maravilhosas e a capa do livro é a tradução perfeita disso.

Bom LiterAgentes é isso. Obrigado e até a próxima.

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