sexta-feira, 29 de agosto de 2014

LiterAgindo - Crítica Dan Brown



Olá LiterAgentes!
Como vocês sabem todas as sextas feiras nós disponibilizamos aqui no blog três críticas escritas.
Pois bem, na última sexta de cada mês nós iremos postar um vídeo em substituição das críticas escritas.
Neste primeiro vídeo falaremos sobre três grandes obras de um dos maiores escritores da atualidade.
Ponto de Impacto, O Símbolo Perdido e Inferno são livros em que Dan Brown consegue prender o leitor a cada página.
Para saber mais sobre cada uma dessas obras, segue o vídeo logo abaixo.





sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O Temor do Sábio - Patrick Rothfuss surpreende com sua narrativa ainda mais intensa que O Nome Do Vento

Foto: LiterAgindo


Por: Jean Ribeiro

"Lembre-se de há três coisas que todo sábio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil."

Trazendo o segundo dia de história contada por Kvothe, O Temor do Sábio consegue ser melhor que o primeiro livro da série A Crônica do Matador do Rei. Comparado ao livro O Nome do Vento, este livro traz um enredo mais elaborado, bem construído e muito mais intenso.

Kvothe continua a contar a sua história, e nesta parte, a sua vida toma um rumo diferente do que ele esperava. Ele nos conta que teve que deixar a universidade por mais uma desavença com seu inimigo declarado, Ambrose. Sem opções, o protagonista parte em busca de alguém que possa patrocinar sua música, enquanto deixa o tempo passar para poder voltar a universidade. Assim, começa mais algumas aventuras de Kvothe.

O livro continua com sua leitura lenta e bem detalhada, suas 960 páginas não são em vão. O fato do livro ser narrado em primeira pessoa, traz a sensação de você está junto de uma lareira com Kvothe ao seu lado contando a história. Tenho que parabenizar a forma de escrita do Autor Patrick Rothfuss, pois ele traz algo novo, algo diferente, algo que lhe puxa para seu conto como uma mágica. Sei que existem milhares de livros escritos em primeira pessoa, mas neste livro, o autor consegue transmitir os sentimentos da personagem de uma forma que até então eu não tinha visto antes. 

Voltando a história, Kvothe passa a viver com o Maer Alveron, um homem muito rico que pode se transforma no patrocinador que o jovem Kvothe precisa, mas antes o protagonista tem a missão de conquistar a confiança do Maer. Por falar em missão, o próprio Maer o envia para uma missão quase impossível de ser cumprida. Kvothe tem que liderar um grupo de mercenários para tentar acabar com um grupo de ladrões que estão impedido a passagem dos coletores de impostos. A partir desta missão, Kvothe passa por grandes reviravoltas.  Ele é levado por Feluriana para o reino dos encantados. Feluriana é conhecida por levar as suas vítimas e elas nunca mais retornarem, pois por incrível que pareça, suas vítimas morrem de tanto fazer sexo com esse ser de uma beleza sem igual e com um poder de atração literalmente irresistível. Mas não para o nosso Kvothe. Ele não só consegue resisti a Feluriana, como consegue fazer que ela o ensine várias coisas, muitas delas carnais, é claro, até porque Kvothe até então não tinha deitado com nenhuma mulher.

Essa parte do livro é de uma sensualidade tamanha, porém mais uma vez trago a tona a capacidade do autor de saber trabalhar bem com os detalhes e os sentimentos dos envolvidos. Com certeza, um dos pontos mais altos dessa narrativa.

Por fim, Kvothe retorna do mundo dos encantados. Porém a história continua. Guiado por Tempi, Kvothe vai para ademre, o local de nascimento de Tempi e onde o jovem pode aprender o Ketam, arte milenar somente ensinada aos ademrianos.

Como pode se perceber, a história de Kvothe é bastante movimentada. Isto tudo acontece em um curto espaço de tempo, o que faz dele um jovem com feitos extraordinários. O livro também retrata a fixa busca de Kvothe pelo Chandriano, o grupo que matou sua família, e é claro, o seu relacionamento com Denna, a misteriosa Denna, que usa tantos nomes e não há nada de concreto em sua história.

Isso é o Temor do Sábio. Uma fantasia impressionante que traz uma parte bastante intensa de Kvothe, porém nenhuma resolução aos diversos mistérios que cercam a história. Quem realmente é o Chandriano? Quem é Denna? Quem é o Rei morto que o título indica? Quem é Auri, a menina misteriosa que vive escondida na universidade? Como se resolverão os confrontos entre Kvothe e Ambrose? Essas são uma das muitas perguntas que somente serão respondidas no último livro desse grande conto que ainda não tem data de lançamento prevista. Ou seja, teremos com certeza um livro de muitas, muitas páginas, a não ser que Patrick mude seu estilo e resolva tudo sem desenvolver e em um piscar de olhos.

"São as perguntas que não sabemos responder que mais nos ensinam. Elas nos ensinam a pensar. Se você dá uma resposta a um homem, tudo o que ele ganha é um fato qualquer. Mas, se você lhe der uma pergunta, ele procurará suas próprias respostas."

Parabéns editora arqueiro pelo grande trabalho nesta obra, pela bela tradução e adaptação, que conseguem manter a mágica original oferecida pela narrativa feita por Kvothe, pela diagramação e principalmente pela capa, que é simplesmente magnífica.

Se não leu sobre O Nome do Vento ainda, veja nossa crítica nesse link:
http://blogliteragindo.blogspot.com.br/2014/08/por-jean-ribeiro-e-por-isso-que-as.html

Deu no New York Times: O Brasil Segundo um Estrangeiro

Foto: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Fugindo um pouco da temática fantasia, hoje me aventuro a fazer uma resenha de um livro totalmente jornalístico.

Deu no New York Times foi um livro que me chamou a atenção principalmente, por eu ser um admirador dessa profissão. Me lembro bem que ao comprá-lo, na bienal do livro de Pernambuco do ano de 2013, me veio a mente a ideia de saber como o Brasil é visto por pessoas de fora. E é exatamente isso que ele reproduz.

O escritor é Larry Rohter, um jornalista de profissão que casou com uma brasileira e se apaixonou pelo país da esposa. Quando surgiu a oportunidade de ele assumir o cargo de correspondente no Brasil nos anos 70 pela revista NewsWeek ele aceitou sem titubear, passou cerca de 10 anos atuando nessa função, escrevendo e conhecendo o lado cultural, político, econômico e sociológico do Brasil, logo depois voltou para cá em 1999 e ficou até 2007, novamente se aprofundando no conhecimento da história do nosso país. Durante todo esse período foram mais de 500 reportagens publicadas que trouxe para ele muitos prêmios e alguns desafetos.

O livro é dividido em tópicos, onde Larry mescla entre as notícias publicadas e notas pessoais sobre determinados assuntos.

É interessante ver a opinião dele no que diz respeito a nossa cultura. Ele se mostra um ardente admirador de nossa música, citando em muitos momento dois grandes expoentes da MPB, Caetano e Gil, e com um tom ácido, faz uma crítica a todos aqueles que não dão valor a sua cultura, achando que tudo que vem de fora é melhor do que aquilo que existe aqui dentro. Ainda nesse ponto, ele toca em assunto polêmicos, como por exemplo, a discussão que surgiu entre as vendedoras de acarajé na Bahia, pois muitas vendedora não seguiam os preceitos que a cultura baiana "estipulava".

Ao falar sobre a sociedade brasileira, ele cita os pontos que todos nós já conhecemos, isto é, o fato de sermos vistos lá fora como um povo alegre, bonito, acolhedor, prestativo, mas ao mesmo tempo, ele cita que o "jeitinho brasileiro" que todos nós temos o costume de usar, alguns de uma forma mais intensa que outros, é visto como uma mácula pelos estrangeiros, pois o fato de querermos nos dar bem em tudo, a famosa Lei de Gérson, nos faz muitas vezes passar pelos limites éticos e morais básicos para o bom convívio.

O ponto mais crítico de todos, durante o período que Larry esteve atuando como correspondente, se deu nos momentos em que ele falava sobre política. Com uma opinião muito forte sobre o PT ele exprime toda a sua surpresa ao ver a mudança que o partido teve em seus ideais filosóficos. Ficou conhecido mundialmente ao publicar uma reportagem sobre os pequenos vícios ligados a bebida do Ex-Presidente Lula, que quase causou a sua extradição do Brasil. Em minha opinião, quando falava sobre política Larry deixava a imparcialidade jornalística de lado, mostrando seu viés de pensamento para todos verem, ou melhor lerem.

Entre textos cômicos e altamente informativos, o livro consegue nos prender, contudo, essa uma daquelas leituras que se devem ler de maneira esporádica, pois diferente de um conto, se você passar muito tempo sem lê-la você não irá se perder. Com o decorrer do tempo, você vai acabar percebendo que já tinha ouvido falar de algumas dessas notícias e que agora você irá realmente lê-las.

A Editora Objetiva está de parabéns pela belíssima edição, com uma capa simples porém bonita ela consegue trazer toda a elegância dos grandes jornais, além disso a diagramação está ótima.

No final da leitura aprendemos a valorizar um pouco mais o que temo. E esse é o maior trunfo deste livro.

É isso pessoal, até a próxima.

A garota que eu quero: tão fofo e encantador que faz qualquer leitor se apaixonar

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva

Se me pedissem para definir o livro do qual começo a escrever agora com uma palavra, diria que ele é fofo. É isso mesmo, fofo. “A garota que eu quero”, do Markus Zusak, é um livro que encanta o leitor já pela capa, tão bem trabalhada. Depois encanta pela sinopse, que já nos deixa com uma vontade de ler já na livraria – devo dizer que foi lá que comecei a lê-lo. Em seguida nos encantamos com a doçura do personagem principal, o pequeno Cameron Wolfe. E a história, por completo, é fascinante. 

O livro conta a história do pequeno Cameron, o mais novo dos irmãos e que se sente um fracasso, pois está sempre se comparando a eles. Steve, irmão mais velho do Cam - assim todos o chamam com o decorrer da história - é um típico jogador de futebol: bonito, descolado e independente, já mora sozinho e não mais com sua família. Já Rube é o irmão do meio: charmoso, consegue qualquer garota de forma fácil, basta deixar ser notado. Já Cam é novo, não tem nenhum dos adjetivos dos irmãos e se sente um lixo por isso.

Garoto que nunca fez nada de extraordinário até sua adolescência, nunca conseguiu namorar, faz com que ele alimente isso. A história se dá porque Cam se apaixona por Octavia, atual namorada do Rube. Contudo, como sabe que seu irmão nunca passa muito tempo com nenhuma garota, ele sabe que logo ela estará solteira. Mas aí é que está, ‘como e porque ela iria se apaixonar por ele, um garoto fracassado?’ Deixo a pergunta entre aspas, pois só o Cam pensa isso dele. 

Mas aí é que está: Octavia deixa Rube, se aproxima e se apaixona por Cam e a partir daí o livro se mostra mais encantador ainda. Se dá aí um romance de alto nível. Às vezes meloso, as vezes apenas um romance. Um garoto que encontra sua outra metade e começa a viver um momento único em sua vida. A partir daí tudo começa a melhorar. Sua alto-estima se eleva. Ele descobre que seu irmão, o Steve, até achava que ele nunca venceria em nada na vida, mas ele mostra que não é assim. Mostra ao Rube como se deve tratar uma garota e prova aos pais que cada ele também tem seu encanto.

O livro não é muito longo, tem apenas 176 páginas e você fica com um gostinho de quero mais. Cam conversa com você, então a leitura flui tão bem que, quando você menos esperar, vai estar no final da leitura. A capa e a diagramação estão perfeitas, ponto para a Editora Intrínseca – o que não é novidade, ela sempre capricha em seus exemplares. Abaixo, deixo um trecho que achei sensacional e que você também vai gostar.

"Acho que, quando uma pessoa lhe conta uma coisa que costuma guardar, você se sente privilegiado, não por saber algo que ninguém sabe, mas por se sentir escolhido. Dá a impressão de que aquela pessoa quer que a vida dela se entrelace com a sua".


É isso pessoal, abraço e até a próxima.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Nome Do Vento - A fantasia que traz uma história dentro de outra história

Foto: LiterAgindo


Por: Jean Ribeiro


“É por isso que as histórias nos atraem. Elas nos dão a clareza e a simplicidade que faltam à vida real”

Neste livro, Kvothe conta sua história. Misterioso e proprietário de uma pousada, Kvothe vive a vida de um simples hospedeiro que recebe os mesmo clientes todos os dias. Porém, de simples a vida de Kvothe não tem nada, pois após salvar a vida de um cronista do ataque de criaturas, Kvothe é reconhecido e recebe a proposta de contar sua história. O hospedeiro aceita impondo apenas a condição de precisar de três dias para contar toda sua história. Assim começa O Nome do Vento que relata o primeiro dia de histórias de Kvothe, revelando assim uma parte de seu passado misterioso.

O livro possui muitos diálogos e seu início é bem arrastado. Não é raro encontrar alguém que diga que desistiu da leitura. Porém aos poucos, Patrick Rothfuss consegue fazer com que seus leitores se envolvam com Kvothe, principalmente após a morte de sua família.

Narrado em primeira pessoa, O protagonista quando criança se mostra alguém indefeso, porém de uma inteligência sem igual. Em choque pela morte de seus pais, Kvothe apega-se a música, que no fim foi tudo que lhe restou. Assim, o conto começa a mostrar suas surpresas. O autor passa muitos sentimentos e grandes reflexões através de seu personagem. Diversas frases marcantes se sobressaem no texto, fazendo você parar em vários momentos e refletir sobre o que acabou de ler, porque apesar de ser uma fantasia, essas reflexões feitas pelo protagonista sem dúvidas são feitas na vida real.

"A maior faculdade que nossa mente possui é, talvez, a capacidade de lidar com a dor. O pensamento clássico nos ensina sobre as quatro portas da mente, e cada um cruza de acordo com sua necessidade.

Primeiro, existe a porta do sono(...) (...)Quando uma pessoa é ferida, é comum ficar inconsciente. Do mesmo modo, quem ouve uma notícia dramática comumente tem uma vertigem ou desfalece. É a maneira de a mente se proteger da dor, cruzando a primeira porta." 

Segundo, existe a posta do esquecimento(...) (...)O provérbio "O tempo cura todas as feridas" é falso. O tempo cura a maioria das feridas. As demais ficam escondidas atrás dessa porta.

Terceiro, existe a porta da loucura. Há momentos em que a mente recebe um golpe tão violento que se esconde atrás da insanidade(...) (...) Há ocasiões em que a realidade não é nada além do penar, e, para fugir desse penar, a mente precisa deixá-la para trás.

Por último, existe a porta da morte. O último recurso. Nada pode ferir-nos depois de morreremos, ou assim nos disseram."

Esta parte da vida de Kvothe é bem sofrida. Tudo se resume ao seu período sofrendo por seus pais, ao tempo que passou como mendigo e ao seu trajeto e vivência na universidade, onde acontecia a formação de arcanistas e onde Kvothe vai em busca de informação para achar o Chandriano, o grupo mistetioso que matou sua família. 

É exatamente na universidade que a história se desenrola por completo, pois sem dinheiro para bancar os estudos, Kvothe tem que usar da música como fonte de dinheiro. O amor de Kvothe pela música é algo fortíssimo e é algo que o mantém no controle. Com o tempo ele consegue amigos, também como um influente inimigo. E seu encanto por Denna, uma misteriosa mulher que faz o jovem Kvothe delirar, completa o enredo deste emocionante conto.

"A música é uma amante orgulhosa e temperamental. Recebendo o tempo e a atenção que merece, ela é sua. Desdenhada, chega o dia em que você a chama e ela não responde."

O Nome do Vento é aquele conto que surpreende aos poucos. Além de sua lentidão nos acontecimentos, falta um pouco de ação. Os momentos de ação são poucos, mas que são essências para o enrendo. Também muitas arestas ficam soltas e nenhum vilão em si é revelado, ou seja, a maior parte das respostas ficaram para os próximos dias de história, ou melhor, os dois próximos livros. Mas não deixa de ser uma das melhores histórias de fantasia escritas até hoje e, somente lendo, que você entenderá o quão rica está obra é.

Warlock retrata uma extraordinária guerra travada no Antigo Egito.

Fonte: LiterAgindo

Por Jonathas Passos

Confesso que nunca tinha ouvido falar nesse incrível escritor chamado Wilbur Smith antes de ler o seu grande best-seller Warlock, e hoje me arrependo muito de não o ter conhecido antes.

Comprei esse livro na promoção em um dos sebos daqui do Recife (caros leitores frequentem mais os sebos, pois o Ministério da Leitura afirma que faz muito bem à saúde e ao bolso) e ele foi minha última escolha, mas graças a Deus eu o trouxe, que grata surpresa ele me proporcionou.

O livro é o último de uma série de três: O Último Deus do Egito, O Sétimo Papiro e por fim Warlock. Ele conta a história de Taita que é um ex-escravo, ex-conselheiro real e um mago de amplos poderes que recebe uma derradeira missão dada por Lotris, a mulher que ele amou, e que vem em sonho lhe pedir para proteger e guiar o filho do Faraó Tamose até o trono do Egito.

O jovem príncipe Nefer perde seu pai devido a um golpe armado pelo melhor amigo do faraó e seu principal Guardador Real, o Comandante Naja, desacreditado ele é levado a pensar que seu pai foi morto em batalha pelo exercito inimigo, porém com o decorrer da história e com a ajuda de Taita ele acaba descobrindo o plano sórdido de Naja. Nefer e Taita fogem e a partir de então o mago começa um treinamento para preparar o príncipe para o que está porvir. Com cenários que vão de desertos enormes, passa por montanhas solitárias e chega a cidades esquecidas, somos presos a cada página em uma série de ensinamentos que a sabedoria de Taita nos presenteia.

Nefer tem o dever de tentar mostra que é digno de recuperar o trono e unificar o Egito, o que por sinal se mostra uma tarefa árdua. Durante o caminho ele acaba se apaixonando pela filha do Rei Hicso, companheiro de Naja em suas armações e que acaba tendo um fim horrível, mas no ultimo momento se redime, pois salva sua filha. As cenas engraçadas da história se dão no relacionamento entre Nefer e Mintaka e na capacidade dos dois de suportar e aprender a amar um ao outro.

No fim, Nefer acaba retornando, e devido a sua coragem e seu empenho ele conquista a confiança do povo para travar uma batalha épica contra Naja, com direito a uma corrida de bigas, chamada de Percurso Vermelho, que te faz suar frio a cada volta.

Taita é um daqueles personagens que conquistam os leitores sem muito esforço, e eu não pude deixar de compará-lo com Gandalf, o grande mago do Senhor dos Anéis. Em algumas partes do livro ele nos surpreende ao encontrar água no deserto e até mesmo controlar uma imensa tempestade de areia. Ele é envolto de mistérios o que o torna mais interessante ainda, um dos mistérios que permeiam esse personagem desde o começo do livro é a sua idade, do começo ao fim do livro isso é falado, mas nunca é revelada a idade correta.

Pretendo procurar os dois primeiros volumes e ler a história completa e assim que consegui irei fazer uma critica para podemos entender melhor essa história.

É isso pessoal, espero que tenham gostado e até a próxima.

“A livraria 24 horas do Mr. Penumbra”: um pouco cansativo, mas um livro marcante

Foto: LiterAgindo
Por Leandro Silva

Hoje resolvi falar sobre um livro que não é um dos meus favoritos, mas que tenho um grande apreço por ele. “A livraria 24 horas do Mr. Penumbra”, do Robin Sloan, não é um daqueles livros que te fazem sair por aí dizendo: ‘Ohh, que livro é este meu Deus?’, ou algo do tipo: ‘Deveria ter lido este livro antes’. Contudo, é um livro que marca quem o lê, se me perguntassem que nota o daria, diria que um sete estava de bom tamanho.


O livro conta a história do jovem Clay Jannon, recém formado em web designer e que, por estar desempregado e precisando de dinheiro rápido, resolver aceitar qualquer emprego que o faça honrar suas dívidas. Ao sair pelas ruas de São Francisco, vê que em uma pequena, mas chamativa livraria, precisa de novos funcionários. Resolve então se candidatar a vaga. 

Quando chega a livraria, que tem o nome do seu dono e que, por conseqüência, dá nome ao livro, encontra logo um senhor simpático, mesmo parecendo misterioso: é o Sr. Penumbra. Questionado se trabalhar a noite seria um empecilho para ele, Clay informa que não e garante seu emprego. O fato de ser jovem o faz ganhar logo a confiança e admiração do Mr Penumbra.

Já trabalhando na livraria, Clay percebe que poucos são os clientes. Os poucos que chegam são sempre umas pessoas ‘velhas’, que não fazem nenhuma aquisição, apenas deixam e pegam livros de uma seção denominada ‘pré-histórica’. Sem entender o que isso significa, ele vai tentar descobrir. De início apenas com a ajuda de seu colega, com quem divide apartamento, depois vai contar com a ajuda de uma jovem garota, com quem mantém um relacionamento durante toda a história e que trabalha no Google, e depois com a ajuda do próprio Mr. Penumbra.

Quem são essas pessoas? Porque vivem pegando e devolvendo os livros e nunca compram nada? Como a livraria se mantém, se raras às vezes algo é vendido? Porque ele precisa fazer anotações de quem, como e todas as características de quem pega estes livros? E o principal, porque ele não tem permissão de pega-los? Essas são questões que, de início, o livro joga aos leitores.

Digo logo, de início é cansativo, mesmo o livro sendo em primeira pessoa e o personagem principal conversar diretamente com você – adoro livros assim. Mas depois que passarem algumas partes, mas lá pro meio da leitura, você não vai querer largar o livro e vai se surpreender com o final dele. Acho que acertaram por ser uma história de jovens e com coisas que vemos no dia a dia, que convivemos. Quem não conhece o Google? Quem nunca quis visitar suas instalações? O erro foi a história, de início, ser um pouco cansativa.

A capa do livro é excelente. Linda ,logo me chamou a atenção. Aliás, o comprei na Bienal do Livro em Pernambuco, em 2013, por indicação do meu grande amigo Jonathas Passos – e não me arrependo de ter adquirido. O fato de o livro ter uma livraria como cenário me faz lembrar dele a todo momento. Aliás, sempre me lembro dele também quando ouço falar em São Francisco ou no Google. Espero que gostem da leitura, pois vale à pena ler, mesmo no começo não sendo muito empolgante. E outra, não iria indicar um livro ruim a vocês, não mesmo. 

É isso pessoal, até a próxima. Abraço!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

James Patterson e seus Bruxos e Bruxas

Foto: LiterAgindo

Por Leandro Silva



“Bem vindo ao seu pior pesadelo (...)”, foi essa a frase que me fez comprar, na Bienal do Livro, em Pernambuco, o livro ‘Bruxo e Bruxas’, do James Patterson. A leitura do texto que vem antes do prólogo, cuja frase iniciei esse texto, faz com que você fique absurdamente curioso pra saber o teor daquela história, o que se passa na vida dos adolescentes dessa grande obra de ficção. Foi por isso que resolvi escrever sobre ele.

‘Bruxos e Bruxas’ é o primeiro livro de uma série de quatro livros (Bruxos e Bruxas, O Dom, O Fogo e o Beijo) e conta a história de Wisty e Whist, dois irmãos adolescentes que, de uma hora para outra, se veem num pesadelo horrível. Na madrugada têm sua casa invadida, seus direitos violados (?) e são levados por um exército. Exército esse que diz servir a Nova Ordem. Mas o que é a Nova Ordem? Essa é a pergunta que Whist e sua irmã Wisty se fazem durante quase toda a história.

Essa foi uma sacada boa do Patterson. Pegou um tema que já esta na boca do povo há muito tempo, que é a questão da Nova Ordem, e projetou uma história que tem ela como um dos personagens principais. Mas, claro, para melhorar, colocou uma boa dose de fantasia na história. Tem o teor político do tema, mas nele são acrescentados magia e coisas do tipo: Terra das Sombras, Submundo e aí por diante.

Com o decorrer da história, eles descobrem que a Nova Ordem visa dominar o mundo e, para isso, precisa evitar que as crianças, principalmente as que forem iguais aos irmãos Allgood, sejam capturados, presos e mortos pelo Único que é o Único. Além disso, a profecia diz, entre outras cosias, que as crianças são as únicas que podem acabar com os planos da Nova Ordem, então elas são perigosas.

A história é fascinante. Mesmo sendo escrita para adolescentes, encanta qualquer um que ouse ler. Aliás, a leitura é fácil e vai dominando você, fazendo com que você não largue o livro, pois quer saber o que vai acontecer logo em seguida. E depois. E depois. Assim sucessivamente. Garanto: você não demorará muito para terminar de ler ‘Bruxos e Bruxas’. 

Com o decorrer da história você vai rir e, ao mesmo tempo, sentir raiva de muitas coisas que acontecem com os protagonistas do livro. Em certos momento vai chorar, pois é realmente emocionante, principalmetne porque a história se passa com dois adolescentes. Whist tem 17 anos, enquanto sua irmã, Wisty, tem 15. Agora comece a imaginar você, com essa idade, sendo tirados de seus pais, os ver sofrerem, ser tratado como pior dos marginais, ser castigado por tudo e não saber o porque. 

Bem, o final é que deixa você com a pulga atrás da orelha. Se quer um conselho: se vai ler, é bom se preparar para comprar o segundo livro logo após o término da leitura deste aqui, senão vai sofrer com esse final. 


É isso, abraço e até a próxima.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Se apaixonando por Um Gato de Rua Chamado Bob


Foto: LiterAgindo
Por: Jean Ribeiro

“Ouvindo seu ronronar suave no escuro, senti-me bem por tê-lo ali. Era uma companhia, eu acho. Não tinha muito disso ultimamente.”

Este é um dos trechos que dão início a essa história tocante, comovente, penetrante, emocionante...

Não preciso dizer que histórias com animais tendem a chamar a atenção das pessoas, principalmente daquelas que tem grande afeição por animais. Porém a história de James e Bob trás algo muito além do que um conto de um dono e seu fiel animal, trás uma história verdadeira de amizade, companheirismo e confiança.

Tudo começa com o morador de rua em tratamento contra a dependência em heroína, James Bowen. Ao voltar ao seu apartamento depois de mais um dia tocando guitarra como artista de rua, James encontra um gato laranja debaixo da escada.  Assim, entra o outro protagonista da história, Bob. O gato estava ferido, magro e não tinha coleira. Com compaixão, James o levou para seu apartamento para tratar seu ferimento, e assim eis que uma verdadeira amizade começa a surgir.

Ambos logo perceberam o quanto precisavam um do outro. James, que antes somente tinha em mente sua própria sobrevivência, se viu responsável por outra vida, o que fez seu senso de responsabilidade levá-lo a ver o mundo de uma nova forma. Bob, por sua vez, viu alguém em quem confiar, viu em James algo que nem o próprio James conseguia ver, a capacidade de amar. Ambos estavam precisando de algo, e ambos possuíam o que o outro precisava.

Sob a narração de James, o texto ganha um sentimento verdadeiro, pois ele consegue expor cada sentimento que aflorou em todos os momentos que passou. Sua descrição da construção da confiança e amizade com Bob, da personalidade única do gato, das aventuras que ambos passaram e de toda transformação de vida que James sofreu graças a Bob, faz os leitores literalmente se apaixonarem pela dupla.

O ponto alto de todo livro é poder acompanhar o surgimento de um novo ser humano, pois Bowen era um ser invisível para a sociedade, um viciado em heroína, alguém que não ligava para a família e não tinha um motivo para seguir em frente além da sobrevivência, mas então, um gato laranja surge em sua vida e tudo começa a mudar, pois aos poucos quem era invisível começou a ser observado, o viciado se viu dando o passo mais importante e difícil para se livrar do vício, o rebelde percebeu o quão importante é uma família e descobriu que existem vários motivos para se manter vivo. Como o próprio Bowen descreve, Bob o humanizou.

“Ver-me com meu gato suavizou-me aos olhos das pessoas. Ele me humanizou. Especialmente depois de eu ter sido tão desumanizado. De certa forma, ele estava devolvendo minha identidade. Eu tinha sido uma não pessoa; e estava me tornando uma pessoa novamente.”

Assim, James e Bob construíram sua reputação e hoje são um sucesso mundial. Na página do Facebook da dupla, podemos conferir que a cada foto postada, há dezenas de fotos nos comentários que trazem gatos com os livros da dupla. Minha gatinha também adora tirar fotos com o livro do Bob, como na imagem acima.

Não há como não se apaixonar por esse livro. Se você não leu, coloque-o na sua lista de espera. Se você já leu, sabe que é uma leitura marcante e que será feita várias vezes.

Se você quer acompanhar as façanhas da dupla é só curtir a página do link abaixo.
https://www.facebook.com/StreetCatBob?fref=ts

Sociedades Secretas de Sérgio Pereira Couto traz os contos de Dan Brown para o cenário brasileiro

Foto: LiterAgindo


Por: Jonathas Passos


Depois do imenso sucesso que foi o Código da Vinci (2003) de Dan Brown, falar de qualquer outro livro que trate sobre Sociedades secretas é uma tarefa árdua, mas, vamos tentar.

Aqui está um livro que, sinceramente, eu comprei simplesmente por causa da capa e do tema que ele trata. Foi na Bienal de 2013 aqui em Pernambuco, e muito antes de ler a sinopse eu já tinha tirado o dinheiro da carteira e comprado o livro. Confesso, sou um verdadeiro aficionado em histórias que envolvam Teoria da Conspiração e Sociedades Secretas e por isso não pensei duas vezes em comprá-lo.

Quando comecei a lê-lo, surgiu-me a curiosidade de pesquisar um pouco sobre o escritor, pois, se você souber um pouco da biografia do autor, poderá entender melhor suas obras. Então fui procurar. Descobri que Sérgio Pereira Couto é jornalista e escritor, além de ser especializado em esoterismo, ciência criminal, Teorias da Conspiração e Sociedades Secretas. Descobri também que ele tem dupla nacionalidade, portuguesa e brasileira, além de 50 livros publicados e mais de 130 mil livros vendidos.

Mas enfim, vamos ao livro. Como escrevi no titulo, gostei muito da ideia de acompanhar uma história estilo Dan Brown aqui no Brasil, que venhamos e convenhamos, é um país com uma riqueza histórica gigantesca. E o livro conseguiu me prender até o fim. Primeiro porque seus personagens são como qualquer um de nós, isto é, não são professores de simbologia da universidade de Harvard. Sérgio e Gabriel (sim, o escritor é um dos personagens principais dessa história) são publicitários que curtem toda essa história de mistério, porém dentre eles, Gabriel é o que mais gosta de tudo isso, mas é mais ligado em eventos e reuniões da igreja católica, enquanto Sérgio é apenas curioso. Tudo começa quando eles decidem entrar numa comunidade do extinto ORKUT e veem um anúncio para pessoas que estejam interessadas em escrever um livro sobre esses temas. A partir daí, entram em contato e recebem um e-mail do Oráculo que se torna um tipo de guia para que eles possam entrar e estudar as Sociedades Secretas, como não pode faltar, tudo isso é envolto em muito mistério.

Então eles começam a conhecer e visitar diversas organizações secretas que vão desde os RosaCruzes, Templários, até a Maçonaria, Priorado, Illuminati, Sociedade Teosófica e etc. Quero abrir uma observação para a quantidade de Sociedades que eu comecei a conhecer depois que li esse livro, são organizações que eu não fazia a mínima ideia que existiam.

Com o decorrer da história acontecem enormes reviravoltas, incluindo com um dos personagens principais, a chegar ao ponto de terem que sair do Brasil em uma espécie de busca ao tesouro. Eles então embarcam em direção a Londres, depois a França e por fim a Itália. Em cada um desses países, nossos heróis conhecem novos guias que servem como escada para o desenvolvimento da trama, isso é interessante, pois o escritor tentou a máximo não deixar pontas soltas e, de certa forma, fez isso magistralmente.

“O Poder corrompe e O Poder absoluto corrompe absolutamente”, essa é a frase que melhor traduz a história do livro, só ao lê-lo você poderá entender o porquê.

Sérgio Pereira Couto em nenhum momento deixa de fazer ligações diretas com as obras de Dan Brown, mostrando o quanto é influenciado por esse escritor. O final do livro é praticamente uma homenagem ao livro Anjos e Demônios (2000).

Por fim, a edição da Editora Universo dos Livros está linda. A capa com o detalhe de uma porta antiga é realmente um convite para entrar e desfrutar de todas as aventuras. Aproveito a oportunidade para dar os parabéns.

Trecho Preferido:

“A busca pelo conhecimento sempre moveu a humanidade. Mas a curiosidade pode nos levar a lugares que não imaginamos e trazer surpresas, muitas vezes, inexplicáveis.”


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Na Companhia das Estrelas de Peter Heller nos faz pensar sobre o bem que fazemos.

Foto: LiterAgindo

Por: Jonathas Passos

O que lhe prende aqui na terra? Esse, a meu ver, é o questionamento principal do livro Na Companhia das Estrelas de Peter Heller.

A história nos apresenta um cenário pós-apocalíptico em que quase toda a vida da terra é devastada por uma doença que ninguém conseguiu identificar e erradicar. Sei que esse tema atualmente tem sido explorado em demasia, contudo, aguenta ai que as coisas vão começar a ficar interessantes.

Logo de cara nos é apresentado o personagem principal e narrador da história, Hig, ou se quiser chama-lo pelo nome completo Grande Hig. Nosso herói é um daqueles personagens simples que tiveram que sofrer as maiores perdas que um ser humano pode suportar, isto é, além de presenciar o seu mundo sendo destruído aos poucos, ele teve que ver a mulher que amava ser consumida pela famigerada doença. Os companheiros de Hig são: seu cão Jasper, que é um cachorro bastante velho e que o acompanha em algumas de suas aventuras e; Bangley, que é o personagem que mais nos surpreende em toda a história, e é por ele que nós, leitores que deixamos nos envolver muito pela narrativa, iremos sentir todas as emoções possíveis, que vai desde a repulsa até o amor. (sério, ele é demais!!). E, ainda tem a Fera. Não, não é o que vocês estão pensando, trata-se de um avião que é onde Hig voa a procura de tudo o que o seu coração deseja.

O local que este grupo chama de casa é uma pequena cidade que se tornou uma fortaleza para eles. Nove anos se passaram desde que a devastação começou e, desde então, eles vivem num tipo de companheirismo, aonde cada um realiza uma tarefa essencial para sobrevivência. Enquanto Hig cuida da caça, plantações e todas as outras atividades manuais, além de observar o perímetro voando na Fera. Bangley é um tipo de chefe de segurança, ele cuida das armas e de todas as táticas de defesa. Nesse ponto quero deixar bem claro que ao contrário das histórias pós-apocalípticas da atualidade, nesta não encontramos zumbis e sim pessoas que fazem de tudo pela sobrevivência, além das famílias que possuem a doença, mas que não são hostis.

Deve-se notar que o relacionamento entre Hig e Bangley não é dos mais amistosos, haja vista, que eles são muito diferentes em personalidade.

E como nem tudo nessa história são flores, Hig sofre outra perda irreparável, em um dia de caça, seu cão Jasper morre e é a partir dai que a busca do nosso herói começa.

Em uma das rotineiras rondas para observar o perímetro da cidade na Fera Hig, acaba escutando um pedido de socorro, o que é o ponto primordial para todo o desenrolar da história do livro. Ansiando fazer o bem, ele empreende uma viagem em busca dessa(s) pessoa(s)

Durante essa viagem ele acaba encontrando duas pessoas que também conseguiram sobreviver após a doença. Papi, que é um homem idoso, mas com todo o vigor físico e que empreende com Hig uma das conversas, sem palavras, mais engraçadas de todo o livro, e, Cima, que é a filha de Papi e que possui uma história parecida com a de Hig. O encontro deles foi um tanto hostil, porém, logo conseguem se entender e nasce entre eles, principalmente entre Cima e Hig, um relacionamento afetivo. Depois de algum tempo vivendo juntos eles decidem voltar para “casa”, para perto de Bangley. Na volta eles acabam escutando o chamado novamente, e ainda com a busca por fazer o bem, Hig decide ir até o local de onde saiu a mensagem. Quando chegam lá, descobrem que esse chamado, na verdade é uma emboscada, porém os vilões não contavam com a perícia de Papi com as armas. Por fim, eles conseguem voltar para casa mas...

Durante o período em que Hig estava fora, a cidade foi atacada e Bangley foi mortalmente ferido defendo aquilo que chamavam de lar. Por sorte e com os conhecimentos médicos de Cima, Bangley consegue sobreviver.

O fim é simples, e eu não vou contar, mas vale a pena.

Devo parabenizar a novo conceito pela belíssima edição do livro e a capa mostra tudo aquilo que deve mostrar, dois amigos olhando para o infinito em busca de um novo recomeço.

A única observação negativa que tenho a fazer do livro é a falta de identificação nos diálogos, pois em alguns momentos fica difícil saber o que é pensamento e o que é fala dos personagens por não haver aspas, travessões e outros sinais de identificação.

Na Companhia das Estrelas é um livro poético, em que observamos que pra fazer o bem não tem hora, nem lugar.

Trecho Preferido:

“Certa vez ela me disse que era mais feliz sendo o que quer que fosse. Muito mais feliz do que esperando.”

Um pouco de Se houver amanhã, um dos Best-Seller do autor Best-Seller

Os pensamentos ardiam e flamejavam, até que a mente se esvaziou de toda a emoção, a não ser uma única: vingança. Não era uma vingança dirigida contra as suas companheiras de cela. As três eram tão vítimas quanto ela. Nada disso. Ela queria vingança contra os homens que haviam destruído sua vida”.

Este é um trecho que resume bem o engrenar de toda trama deste Best-Seller do autor Sidney Sheldon, Se Houver Amanhã.


Foto: LiterAgindo
Como na maioria dos seus livros, Sheldon traz uma protagonista feminina, pois para o autor, as mulheres possuem o poder de sair de um estado frágil e dependente, para mostrar grandes talentos e rápidas adaptações.

Isto é o que acontece em Se Houver Amanhã.

Tracy Whitney, uma jovem bancária de vida simples, envolvida em um relacionamento com o rico Charles Stanhope III, sentia que sua vida era mais que perfeita, pois logo teria um filho de Charles e o pedido de casamento completara ainda mais sua felicidade. Entretanto, tudo na vida de Tracy começa a mudar a partir do momento que é informada do suicídio de sua mãe.

Aturdida, Tracy decidi viajar até sua cidade natal para tentar descobrir do por que de sua mãe ter feito tal coisa, e isto a leva ao encontro com uma cilada que custou sua liberdade. 

Presa sendo inocente e abandonada por Charles, Tracy em seu sofrimento guarda os nomes daqueles que sofrerão com o sentimento que a mantém viva, a vingança.

Este é o enredo inicial da trama onde Sidney consegue manter os seus leitores presos, pelo fato do suspense que cerca Tracy. Sua vida na prisão é um inferno. Ela é perseguida e estuprada. E tudo isso para que todos possam sentir as mudanças no comportamento, no modo de agir e fazer com que cada um consiga sentir o que a personagem sente.

Este é o ponto alto deste livro.

Dividido em três partes, Se houver Amanha nos leva para uma viagem no psicológico da personagem e podemos compreender que mudanças bruscas podem ocorrer em nossas vidas a qualquer momento. Fora da prisão, Tracy é renegada pela sociedade por sua ficha criminal e se vê em uma dificuldade semelhante à de quando estava presa. E o que fazer? Até onde uma pessoa vai por vingança? Até onde uma pessoa vai para sobreviver? E o que fazer quando se descobre um outro lado, um lado até então desconhecido que nos leva há um caminho que se achava que era errado?

Tudo isso é vivido nas páginas nesta emocionante trama, com grandes surpresas, altos e baixos, romances, assassinatos, suspense e ação.

Com tudo isso dito acima, eu não preciso mostrar minha satisfação em ter lido esta grande história.

Para finalizar, um conselho: Se possível procurem pela edição única da Editora Record ou as edições antigas, pois a edição vira-vira (foto acima) em que o mesmo é acompanhado pelo livro Nada dura para sempre possui erros tão grotescos que a leitura se torna desestimulante em alguns momentos. Tirando este pequeno contratempo, Este Best-Seller do autor Best-Seller vai tirar o seu fôlego.

“A vida pode às vezes ser injusta e compete a nós endireitar as coisas.” 

Tracy Whitney


Por Jean Ribeiro

Onde a lua não está: Na sua estreia, Nathan Filer faz de seu livro leitura obrigatória

Foto: Literagindo
Por Leandro Silva.

“Tenho 19 anos e a única coisa sobre a qual tenho controle em todo meu mundo é como escolho contar essa história. Então não vou foder com ela. Será boa, se você tentar confiar em mim”. Essas são palavras do Matthew, personagem principal do livro chamado ‘Onde a lua não está’, primeiro livro do Nathan Filer, autor britânico que é enfermeiro da área de saúde mental – o que o ajudou a escrever e ter sucesso em sua primeira obra. Além disso, ele é poeta performático e participa de vários eventos literários no Reino Unido.

Bem, ‘Onde a lua não está’ e um daqueles livros que encanta quem gosta de livros onde o personagem principal tem problemas de saúde mental. Quem leu ‘As vantagens de ser invisível’ sabe do que estou falando. O personagem conversa com você ao tentar explicar o que se passa com ele e ao redor dele, ele interage com você e faz com que você participe, quase que ativamente, da vida dele.

No livro do Filer acontece isso. Matthew é um jovem de 19 anos que está a beira da esquizofrenia e resolve contar a sua história para a gente, pois escrever é uma das artes que ele domina e isso o distrai. Ele começa contando a história dele desde a infância. Pra ser mais exato, do acampamento onde ele e a família (pai, mãe e seu irmão mais velho, Simon) passam as férias e onde sua vida sofre uma reviravolta.

Seu irmão, o Simon, sofre de Síndrome de Down, o que o faz ter uma atenção especial dos pais. Isso deixa o Matthew um pouco enciumado, mas nada com que se preocupar. Mas, justamente nessa viagem de férias, onde está tudo muito bem, uma tragédia acontece: Simon morre e, da maneira que morreu, faz com que seu irmão se sinta culpado pelo resto de sua vida. 

Esse fato faz com que Matthew passe por muitas situações interessantes: os dias com os avós, a saída da casa dos pais, a chegada no hospital e como ele sai de lá – para mim, a melhor parte do livro, pois nos deixa com o gostinho de quero mais. Não, não espere uma história triste, pois não é a intenção do Nathan Filer com ‘Onde a Lua não está’. A história é sim, cativante, mas não triste.

Um fato a ser dito é que as vezes você vai se sentir perdido lendo a história. O livro não segue uma ordem cronológica e isso faz com que algumas pessoas se percam, ou achem isto. Tanto faz ele contar a história de um fato da infância e, no minuto seguinte, voltar para a vida atual dele, aos 19, lá no hospital psiquiátrico. Ao leitor é necessário atenção, principalmente aos detalhes.

Não esqueça: o personagem é uma pessoa esquizofrênica e a história é contada em primeira pessoa, logo ele está conversando com você. E, como todo leitor atencioso, você tem que realmente prestar atenção no Matthew. Aliás, são coisas que podem acontecer com a gente. O final dele também é espetacular. Como todo bom autor, deixa aquele gostinho de quero mais. Isso faz com que o Nathan tenha um dívida conosco, pois esperaremos logo um outro livro dele.

Devemos parabenizar a Rocco também pelo excelente livro que chega até nós. A capa está magnífica, muito bonita e apaixonante. A diagramação do livro também está perfeita, inclusive nas partes onde o Matthew escreve com sua velha e boa maquina de escrever, o livro assim mesmo vem, como se com ela fosse escrito. Capricharam no livro.

É isso pessoal, espero que gostem. Abraço e até a próxima.

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