quinta-feira, 15 de setembro de 2016

[CRÔNICA] Leia por prazer, não por obrigação

Foto: internet

Por Leandro Silva 

Sabe, se tem uma coisa que eu detesto é ler por obrigação. Na verdade detesto fazer qualquer coisa de forma obrigada, mas nem sempre podemos escapar delas, como é o caso de certos trabalhos ou regras que temos que seguir. Mas tem outras que fazemos pra nos sentirmos felizes e, no meu caso, a leitura é uma dessas coisas e eu simplesmente DETESTO, assim em caixa alta, o fato de ter que ler por pressão ou outro motivo qualquer que não seja a minha simples vontade e interesse pela obra.

Pra falar a verdade, já passei da fase de ter que ler alguns livros para impressionar os outros. O que eu gosto pego e leio, o que vejo que não faz meu estilo de leitura, deixo de lado – não importa o quanto as pessoas digam que o livro é bom ou que quem não o lê não sabe apreciar uma boa obra. Contudo, já tive essa fase e às vezes preciso ler algo totalmente fora do que eu gosto para certos tipos de trabalhos acadêmicos ou até para obrigações para com este blog. Isso é chato.

Percebi com isso que, não importa o quanto a obra seja boa. Não importa se foi o melhor autor do mundo, o que não existe, que escreveu. Se eu pegar qualquer livro por pura obrigação da leitura, a história se torna maçante. Não evoluo na leitura e acabo por ter uma má impressão da obra, do autor e do gênero, simplesmente porque foi algo que li contra a minha vontade. Até termino a obra, mas geralmente fico com mais más impressões que boas. Não estou dizendo que você não deve explorar livros e histórias diferentes das quais está acostumado. Só estou dizendo que faça isso quando sentir a necessidade de ir além. 



Quando você sente que quer conhecer outras histórias, outros gêneros, outros autores... Nossa! É tudo muito diferente. Pegamos o livro e simplesmente o devoramos, até parece que lemos aquele tipo de obra desde sempre. E acredito que isso acontece em qualquer situação de nossa vida. Desde criança a maioria de nós faz muito melhor e com muito mais prazer aquilo que não é imposto, mas que abraçamos. E assim funciona na leitura, pelo menos para mim e para muitas outras pessoas.

Outra coisa que irrita é quem vem com essa história de que você tem que ler isso ou aquilo. Na boa, como diz um ditado na internet: não sou obrigado a nada. HAHAHA Sério, não façam isso. Recomendem um livro e pronto, mostrem que é bom. Mas parem com isso de que a outra pessoa precisa engolir de qualquer forma ou será considerado um ET. E não caiam nessa também.


Deixemos a obrigação para as coisas inevitáveis dessa vida, as demais, como a leitura, precisamos fazer com o maior prazer do mundo.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Nunca mais havia soluçado de tanto chorar com um livro. Esta é a mais pura verdade.

Foto: Literagindo
Por Leandro Silva


Estou escrevendo esta crítica ainda em êxtase. Ainda com toda a história de um garoto chamado Mark que, cansado de conviver com uma doença que ia e voltava, decidiu cumprir uma promessa que havia feito a seu avô: subir o monte Rainier, um lugar incrível situado em Seattle, Estados Unidos. 

A mais pura verdade, livro que você vê na foto deste post, foi uma indicação de uma grande amigo que vocês conhecem bem: Jonathas Passos. Ele me indicou quando o perguntei sobre livros que fossem no mesmo estilo de outro que havia lido, Quando tudo volta. Ele me indicou este e, mesmo com muita vontade, só agora pude ler. Resumo: ainda o estou agradecendo pela indicação. A propósito, obrigado John. 

O livro, como iniciei este texto, conta a história de Mark, um garoto que sofre com o câncer e que está cansado da maneira como é tratado, com aqueles olhares cheios de pena. Ele então resolve sair atrás de um sonho: escalar e chegar ao topo do Monte Rainier, uma montanha que seu avô, que fora aventureiro quando novo, havia escalado e comentado com ele. Dizendo que quando ele estivesse livre do câncer, ele o levaria até lá. Isso não aconteceu. Seu avô faleceu antes disso. Pouco depois ele descobre que seu câncer voltou, então ele começa a aventura.

Compra passagens e, com seu cão, sai para a aventura da sua vida. Bola um plano onde seus pais demorariam a encontra-lo. A única pessoa que sabia de tudo era sua melhor amiga, Jess. Ela poderia dizer desde o início doo desaparecimento de Mark onde ele estava indo, mas ela não faz isso. Ela havia prometido a ele guardar segredo, apesar de tudo. E é isso que amigos fazem, eles guardam segredos.

Durante essa aventura ele passa por diversas aventuras. Você, como diz na capa do livro, vai querer abraçar Mark. Ele é incrível. Beau, seu cão, é incrível. A história toda e incrível. A leitura nos ensina diversas coisas, entre elas a de que você nunca esta sozinho. A de que algumas pessoas estão muito perto de você, mesmo estando fisicamente distantes. Descobre o quanto um cão pode ser leal ao seu dono. 

Indico este livro a qualquer pessoa que aprecie uma boa leitura. Ah, e prepare os lenços, pois você com certeza vai soluçar de tanto chorar com esta história espetacular.

terça-feira, 14 de junho de 2016

The Leftovers: um livro que tive que dar mais que uma chance

Foto: Literagindo
Por Leandro Silva

Eu não conhecia esse livro, apenas o título e pensei que se tratava apenas do seriado da HBO. Pois bem, quando fui comprar uns ovos de páscoa, sim, sou desses capitalistas que presenteiam em datas criadas pelo comércio, vi o livro naquele lugar perto do caixa. Quando vi a excelente capa e o preço que estava em destaque, não pensei duas vezes: peguei e levei junto com os ovos ao caixa. 

Não demorei para começar a ler The Leftovers (Tom Perrotta). A sinopse dele era convidativa e, como vi muitos comentários positivos, me apressei para iniciar a leitura. Confesso que não tive a mesma rapidez para terminar. Primeiro que o início do livro é muito chato. Toda a primeira parte é muito parada e você precisa, como disse meu amigo John, dar uma chance a história para seguir em frente. Eu dei essa chance e fui até o final. 

O livro tem como protagonista a família Garvey, que é formada por Kevin (meu personagem preferido), Laurie, Tom e Jill e se passa na cidade nova-iorquina de Mapleton. Num determinado ano, no mês de outubro, acontece um fato que muitos acreditam ser o arrebatamento cristão. Como que num passe de mágica, diversas pessoas, no mundo inteiro, somem sem deixar rastros. É a partir daí que tem início essa louca história.

Uma das consequências desses acontecimentos sem explicações é o surgimento de seitas e diversas comunidades que pregam o que querem. É aí que a família Garvey se desmantela. O filho mais velho do casal, Tom, deixa a faculdade e passa a seguir um louco religioso. A esposa de Kevin, Laurie, passa a fazer parte de um grupo chamado Remanescentes Culpados, que pregava que não se podia achar que aquilo tinha sido algo normal, que em hipótese alguma se deveria tentar voltar a ter uma vida normal. Restaram na família Kevin, que depois disso tudo se torna prefeito de Mapleton, e Jill, que com a família em ruínas passa a sofrer com isso.

A história vai fluindo bem e você se empolga a partir da segunda parte do livro. Já no final você volta a sentir aquela preguiça em terminar a leitura, mas ai você lembra que precisa dar uma chance a Perrotta e continua. Você vai torcer por Kevin e Nora. Você vai gostar de Aimee. E se você tiver a mesma percepção que eu, vai achar a parte do livro direcionada ao Tom uma das mais Zzzz. O final não é dos melhores pelo simples fato de que ele não dá um final. Fica tudo em aberto e acho que esse foi o gancho da HBO, pois podem produzir várias temporadas do seriado. 

Eu não posso deixar de aconselhar que leiam, pois acho que vocês devem tirar suas próprias conclusões. Mas se assim o fizer, lembrem do conselho que recebi e deem uma, duas, três chances ao livro, garanto que gostarão da história. 

Abraço e até a próxima.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

[CRÔNICA] A leitura e escrita como forma de fuga da realidade

Imagem: Internet

Por Leandro Silva

Uma das coisas que sempre me fez bem foi escrever. Não sei por que, mas escrever e ler sempre foram atividades que me faziam sair de onde estava e ir a lugares distantes, longe até de mim mesmo. Era uma fuga necessária e que sempre dava certo. Não era a regra, mas o que me deixava com mais vontade de fazer qualquer uma das duas coisas era quando eu não estava me sentindo bem. Quando alguma coisa estava em desequilíbrio perto de mim.

Eu lembro que quando eu comecei a ler Harry Potter eu ficava até a madrugada, sozinho e com a luz não tão forte. Era um ambiente propício ao que eu queria: sair do mundo real. Naquela época eu não escrevia nada, a não ser os textos escolares. Minha única forma de ‘viajar’ eram os livros de ficção – e digo com muita franqueza: é melhor que qualquer outra coisa.

Com o passar dos tempos fui pegando novos livros e me habituando cada vez mais a leitura. Nem toda leitura que fazia era pra fugir da realidade, até porque não precisava disso o tempo todo. Era quando eu queria, quando minha mente precisava de um escape. Acho que todos passamos por isso. É uma forma tão boa de sair de cena que, na volta, você até aguenta tudo de novo. 

E o hábito de leitura faz com que tenhamos vontade de escrever. Acho que todos fazemos isso. Quem nunca escreveu aquele poema ou aquela história que nunca completou, mas que queria transformar em livro? Quem nunca escreveu algo só para fingir ser o que não é, idealizando uma vida que na verdade queria viver e não faz por, muitas vezes, medo? É, acredito que a maioria de nós.

Percebi isso com mais acerto quando cheguei ao ensino médio. Escrevia, escrevia muito. Muitos textos nem existem mais. Outros foram parar no jornal da escola. Quem me conhecia sabia que meus textos saiam melhor quando eu não estava bem. Eu sabia. Ali era somente eu, a caneta e o papel. Era meu mundo. Era o que eu deveria fazer na minha vida, mas ali era mais fácil. Ali não tinha cobrança.

Eu sei que posso estar falando, neste caso escrevendo, um monte de besteira aqui e você nem tenha chegado a este parágrafo para ver que eu mesmo reconheço isso. Mas era só pra dizer uma coisa: leia e escreva sempre que precisar de um escape. Saia um pouco da realidade, você precisa disso. Há várias formas de se fazer isso, de buscar esse escape, e uma delas, e uma das mais seguras, é lendo ou escrevendo. Já disse Chico Buarque: os livros nos leem. 

Abraço e até a próxima pessoal.

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