segunda-feira, 13 de junho de 2016

[CRÔNICA] A leitura e escrita como forma de fuga da realidade

Imagem: Internet

Por Leandro Silva

Uma das coisas que sempre me fez bem foi escrever. Não sei por que, mas escrever e ler sempre foram atividades que me faziam sair de onde estava e ir a lugares distantes, longe até de mim mesmo. Era uma fuga necessária e que sempre dava certo. Não era a regra, mas o que me deixava com mais vontade de fazer qualquer uma das duas coisas era quando eu não estava me sentindo bem. Quando alguma coisa estava em desequilíbrio perto de mim.

Eu lembro que quando eu comecei a ler Harry Potter eu ficava até a madrugada, sozinho e com a luz não tão forte. Era um ambiente propício ao que eu queria: sair do mundo real. Naquela época eu não escrevia nada, a não ser os textos escolares. Minha única forma de ‘viajar’ eram os livros de ficção – e digo com muita franqueza: é melhor que qualquer outra coisa.

Com o passar dos tempos fui pegando novos livros e me habituando cada vez mais a leitura. Nem toda leitura que fazia era pra fugir da realidade, até porque não precisava disso o tempo todo. Era quando eu queria, quando minha mente precisava de um escape. Acho que todos passamos por isso. É uma forma tão boa de sair de cena que, na volta, você até aguenta tudo de novo. 

E o hábito de leitura faz com que tenhamos vontade de escrever. Acho que todos fazemos isso. Quem nunca escreveu aquele poema ou aquela história que nunca completou, mas que queria transformar em livro? Quem nunca escreveu algo só para fingir ser o que não é, idealizando uma vida que na verdade queria viver e não faz por, muitas vezes, medo? É, acredito que a maioria de nós.

Percebi isso com mais acerto quando cheguei ao ensino médio. Escrevia, escrevia muito. Muitos textos nem existem mais. Outros foram parar no jornal da escola. Quem me conhecia sabia que meus textos saiam melhor quando eu não estava bem. Eu sabia. Ali era somente eu, a caneta e o papel. Era meu mundo. Era o que eu deveria fazer na minha vida, mas ali era mais fácil. Ali não tinha cobrança.

Eu sei que posso estar falando, neste caso escrevendo, um monte de besteira aqui e você nem tenha chegado a este parágrafo para ver que eu mesmo reconheço isso. Mas era só pra dizer uma coisa: leia e escreva sempre que precisar de um escape. Saia um pouco da realidade, você precisa disso. Há várias formas de se fazer isso, de buscar esse escape, e uma delas, e uma das mais seguras, é lendo ou escrevendo. Já disse Chico Buarque: os livros nos leem. 

Abraço e até a próxima pessoal.

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