Foto: LiterAgindo |
Por: Jean Ribeiro
“Olhe não
apenas com a mente. Olhe com a alma. A vida que está chegando já está diante de
nós, esperando o mundo abrir. Apenas olhe
mais perto.”
Este livro
me surpreendeu com o contexto que ele aborda. James Redfield consegue transpor
uma ficção com um tom visionário próprio. Baseando-se em um manuscrito peruano,
o autor trouxe uma visão totalmente nova para sua época e para o futuro da
humanidade. Assim, A Profecia Celestina traz um enredo fraco, com personagens
pouco desenvolvidos e sem carisma, porém com uma mensagem que consegue nos dar
uma reflexão para a vida toda.
Não vou
aprofundar-me na história nesta crítica, pois desta vez comentarei sobre a
mensagem que o livro transmite, deixando a história e o enredo para serem
descobertos por aqueles interessados em lê-lo. Num resumo geral, John encontra
com sua amiga Charlene que revela a primeira visão de uma profecia que pode
trazer o entendimento do futuro da humanidade. Esse manuscrito contém nove
visões, visões que podem trazer um novo modo de vida a todo o ser humano. A
princípio relutante e depois curioso, John parte em uma jornada para conseguir
encontrar as outras oito visões do manuscrito.
Mesmo
narrado em primeira pessoa, James Redfield não consegue nos fazer sentir
empatia com o protagonista, não só com ele, os personagens são mal trabalhados,
tem pouca personalidade e muito superficiais. A história é quem consegue salvar
o livro, pois com tamanha complexidade, o leitor deixa de prestar a atenção nos
personagens em si e foca simplesmente na compreensão dos fatos que ocorrem.
Essa mescla de personagens fracos e de história bem complexa deixa a leitura
mais intensa e desafiante.
Mas vou
falar do ponto alto do livro, a busca e descrição das visões. De forma
impressionante, o autor nos deixa de boca aberta com as associações das visões
com os acontecimentos na realidade. As visões nos levam a um ponto de reflexão
que posso afirmar com certeza que nenhum leitor chegou a ter antes com uma obra
de ficção. A primeira visão, por exemplo, nos alerta sobre as coincidências que
nos acontecem e que na maioria das vezes não damos a devida atenção. Com esta
visão, o autor deixa claro que não existem acasos e que para fazer sua
verdadeira descoberta espiritual, simplesmente é preciso entender que as coincidências
são mistérios do universo que agem diretamente no nosso cotidiano. Todas as
outras visões vão completando o conceito da anterior e deixando algo em aberto
para ser completo pela próxima visão. Claro que não vou descrever as outras
visões, pois a curiosidade desperta pelo livro para se ter todas as resposta é
o que torna a leitura tão intensa, forte e surpreendente.
“Quando alguém
se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros
fortuitos são coisas que não existem. Mas o modo como respondemos a esses
encontros determinam se estamos á altura de recebermos a mensagem.”
A Profecia Celestina
não é perfeito é claro, mas as reviravoltas na história e as grandes
descobertas nos fazem querer ler o livro até o final, também nos faz refletir
sobre o estado espiritual da humanidade e abre a nossa mente para outros tipos
de ideologias. Este livro mereceu ter sido o fenômeno dos anos noventa e que
vai ser lembrado por muitas gerações.
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