sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Profecia Celestina - Nove visões para um nova visão

Foto: LiterAgindo

Por: Jean Ribeiro

“Olhe não apenas com a mente. Olhe com a alma. A vida que está chegando já está diante de nós, esperando o mundo abrir. Apenas olhe mais perto.”

Este livro me surpreendeu com o contexto que ele aborda. James Redfield consegue transpor uma ficção com um tom visionário próprio. Baseando-se em um manuscrito peruano, o autor trouxe uma visão totalmente nova para sua época e para o futuro da humanidade. Assim, A Profecia Celestina traz um enredo fraco, com personagens pouco desenvolvidos e sem carisma, porém com uma mensagem que consegue nos dar uma reflexão para a vida toda.

Não vou aprofundar-me na história nesta crítica, pois desta vez comentarei sobre a mensagem que o livro transmite, deixando a história e o enredo para serem descobertos por aqueles interessados em lê-lo. Num resumo geral, John encontra com sua amiga Charlene que revela a primeira visão de uma profecia que pode trazer o entendimento do futuro da humanidade. Esse manuscrito contém nove visões, visões que podem trazer um novo modo de vida a todo o ser humano. A princípio relutante e depois curioso, John parte em uma jornada para conseguir encontrar as outras oito visões do manuscrito.

Mesmo narrado em primeira pessoa, James Redfield não consegue nos fazer sentir empatia com o protagonista, não só com ele, os personagens são mal trabalhados, tem pouca personalidade e muito superficiais. A história é quem consegue salvar o livro, pois com tamanha complexidade, o leitor deixa de prestar a atenção nos personagens em si e foca simplesmente na compreensão dos fatos que ocorrem. Essa mescla de personagens fracos e de história bem complexa deixa a leitura mais intensa e desafiante.
  
Mas vou falar do ponto alto do livro, a busca e descrição das visões. De forma impressionante, o autor nos deixa de boca aberta com as associações das visões com os acontecimentos na realidade. As visões nos levam a um ponto de reflexão que posso afirmar com certeza que nenhum leitor chegou a ter antes com uma obra de ficção. A primeira visão, por exemplo, nos alerta sobre as coincidências que nos acontecem e que na maioria das vezes não damos a devida atenção. Com esta visão, o autor deixa claro que não existem acasos e que para fazer sua verdadeira descoberta espiritual, simplesmente é preciso entender que as coincidências são mistérios do universo que agem diretamente no nosso cotidiano. Todas as outras visões vão completando o conceito da anterior e deixando algo em aberto para ser completo pela próxima visão. Claro que não vou descrever as outras visões, pois a curiosidade desperta pelo livro para se ter todas as resposta é o que torna a leitura tão intensa, forte e surpreendente.

“Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós. Encontros fortuitos são coisas que não existem. Mas o modo como respondemos a esses encontros determinam se estamos á altura de recebermos a mensagem.”


A Profecia Celestina não é perfeito é claro, mas as reviravoltas na história e as grandes descobertas nos fazem querer ler o livro até o final, também nos faz refletir sobre o estado espiritual da humanidade e abre a nossa mente para outros tipos de ideologias. Este livro mereceu ter sido o fenômeno dos anos noventa e que vai ser lembrado por muitas gerações. 

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